FONTE: RSM
O Tribunal Militar Superior ordenou esta quinta-feira, (4 de setembro), a libertação imediata de José Américo Bubo Na Tchuto, detido há três anos por alegado envolvimento na suposta tentativa de golpe de Estado de 1 de fevereiro de 2022. A decisão surge após a primeira audiência do julgamento, que agora está suspenso até outubro.
Segundo o advogado de defesa, Marcelino Intupé, foi aplicada ao contra-almirante a medida de coação de permanência no país, com apresentação periódica ao tribunal, substituindo assim a prisão preventiva.
O julgamento, realizado no salão de audiências do Tribunal Militar Superior, contou com a presença limitada de familiares, advogados, imprensa e algumas chefias militares, entre elas o porta-voz do Estado-Maior, Samuel Fernandes, e o ex-comandante da Polícia de Intervenção Rápida, Mussa Nambatcha.
A defesa levantou dúvidas sobre a idoneidade de algumas testemunhas, apontando possíveis irregularidades no processo. Segundo Intupé, “uma testemunha, de acordo com a lei, não deve ser alguém com possibilidade de envolvimento no caso”.
Além disso, a defesa recorda que o mesmo juiz responsável pelo caso já teria, há um ano, ordenado a libertação dos detidos, decisão que não foi cumprida até agora.
Bubo Na Tchuto, antigo chefe da Marinha da Guiné-Bissau, é uma figura controversa na política e nas forças armadas do país. A sua detenção, em 2022, levantou críticas de organizações nacionais e internacionais, principalmente pelo longo período de prisão preventiva sem acusação formal.