FONTE: CFM
A Rede Oeste Africana para Edificação da Paz ( WANEP-GB) disse que “a Guiné-Bissau não vive, ainda uma verdadeira Democracia”, assim também, “não vive plenamente a sua Constituição”.
A sua Coordenadora, Denise dos Santos Indeque, lembra que “costuma-se dizer que as eleições são a festa da democracia” e que “é o momento único” em que se escolhe os governantes.
“As eleições legislativas de 04 de Junho de 2023 foram decisivas para o povo guineense, tendo em conta as dificuldades sociais de todos os níveis que gerou um divórcio entre os eleitos e eleitores, onde o povo decidiu, por uma maioria absoluta, escolher a coligação PAI-Terra Ranka para os próximos 4 anos, através de um Governo liderado por Geraldo Martins”, anotou Dos Santos Indeque na sua declaração a imprensa, esta quinta-feira, 28 de dezembro para falar da atual situação política no país.
A ativista guineense lamentou o contexto politico actual que se vive no país, lembrando que seis meses depois das eleições de 4 de junho, e três meses depois da instituição do Governo legitimo, saída das urnas, “a Guiné-Bissau já está no seu segundo Governo inconstitucional, devido as rivalidades e decisões dos políticos que, na verdade, pensam que a nação lhes pertence”.
“Na verdade, não há Democracia sem o povo. E o povo não se faz substituir a sua vontade. A imposição da vontade de um de poucos é um exercício ilegítimo. Só a soberania do povo é um exercício legítimo”, precisou.
Para a Coordenadora de WANEP-GB, “o exercício da soberania popular exige um conjunto de condições materiais, sociais e políticas, sem as quais, não se pode falar da dignidade de cada um, nem da dignidade social e política de toda a sociedade”.
“A falta de nacionalismo, o ventre e o baixo-ventre dos políticos guineenses, indigna toda a sociedade. E as dificuldades do povo adoecem a sociedade”, observou também Denise dos Santos Indeque, tendo realçado que “a dignidade é de um povo ou é de ninguém. Não haverá classes ou categorias sociais dignas na Guiné-Bissau, enquanto a indignidade dos políticos prevalecer”.
Para ela, “torna-se urgente a necessidade de resgatar e restaurar a dignidade ética da vida pública”.