Por: Carmelita Pires
Advogada
Não sou do PAIGC e nunca o fui, todos sabem. Contudo, intriga-me imenso ver gente que ascendeu nesta sociedade à custa desta formação partidária e que, desde o tempo de partido-único, não se lhes conhece profissão que não a de altos dirigentes deste Estado: ministros, conselheiros, chefes de instituições públicas, diretores-gerais e de serviços, etc. Inquieta bastante verificar esse grupo de pessoas encostadas eterna e vitaliciamente ao Estado, dando abertura, entre eles/elas, apenas aos que, conhecendo a cartilha, se juntem com os mesmos propósitos iniciais e finais: o ser e ter através do Estado.
Um grupo de protegidos no sempre, hoje “de fora” do partido-mãe, que se faz de cego, surdo e mudo, para que interesses para os quais se consideram habilitados ad eterno não sejam postos em causa.
Cegos, surdos e mudos perante todas as incursões maléficas e desmandos publicamente visíveis, todos denunciados. Ações criminosas cometidas contra o Estado e contra o geral da população desprotegida. Inclusive, cegos, surdos e mudos se mantêm, perante investiduras igualmente criminosas contra seus antigos camaradas e amigos de trincheira partidária.
Cegos, surdos e mudos, mas facilmente identificáveis na clandestinidade e nos bastidores de personagens que cometem as barbaridades contra o partido histórico, este no qual cresceram e se fizeram gente, para não dizer que foi esse coletivo que os semeou e os fez nascer como personagens societárias.
Repito: Não sou do PAIGC e nunca o fui, todos sabem. Mas, acho simplesmente horrível que, em nome de vinganças pessoais, seja permitido nesta sociedade tamanha malvadez, falta de pudor, ingratidão e desonestidade de determinados ex-camaradas.
Estamos nas vésperas de um outro desfecho, cuja impressibilidade de contornos deveria também fazer temer os cegos, surdos e mudos, não tivessem já salvaguardo a família e os bens.
Com tanta insensatez dos cegos, surdos e mudos, talvez uma bomba na Sede do partido histórico lhes acalmasse. Talvez, aí, nos dessem a paz que merecemos e melhor desfecho para o fim deste mês. Porque a cegueira, a surdez e a mudez dos tais, não deve ser mais uma vez imputável a esta pobre população citadina, onde me integro.