Há vários anos que os dois partidos, praticamente criados por Kumba Ialá, andavam desavindos. Após várias negociações, intensificadas nos últimos dias e com o alto patrocínio do Presidente da Guiné-Bissau, o Partido da Renovação Social (PRS) e a Assembleia do Povo Unido – Partido Social Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) chegaram a um entendimento.
Doravante vão aparecer juntos nas listas eleitorais e os líderes dos dois partidos, Fernando Dias, do PRS, e Nuno Nabiam, da APU acreditam que desta forma vão ganhar as eleições.
Tanto Fernando Dias como Nuno Nabiam consideram que o acordo selado este domingo em Bissau é a reunificação da grande família política de herdeiros do falecido ex-presidente guineense, Kumba Ialá.
O acordo foi rubricado no âmbito da celebração do 32º aniversário da fundação do PRS, designadamente na presença do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, que saudou os dois partidos “pela decisão sábia” e afirmou, no seu discurso, que a divisão do PRS e da APU era o caminho certo para a vitória eleitoral de um outro partido, neste caso do PAIGC.
O líder do PRS, Fernando Dias não quis esclarecer como é que fica o acordo que o seu partido mantém com o PAIGC no âmbito da coligação Terra Ranka que venceu as últimas eleições legislativas de Junho de 2023.
Nessa altura, recorde-se, o PRS obteve 12 assentos parlamentares sobre um total de 102, sendo que a APU-PDGB obteve apenas um assento.
Nesse contexto, o PRS firmou então um acordo de incidência parlamentar e governativo com o PAI- Terra Ranka, coligação encabeçada pelo PAIGC que tinha acabado de conquistar a maioria absoluta de 54 deputados.
No âmbito desse acordo que Fernando Dias não denunciou, o PRS obteve sete pastas no Governo demitido e ainda ocupava a vice-presidência do parlamento que foi dissolvido no passado dia 4 de Dezembro.