FONTE: LUSA
Em resposta a perguntas dos jornalistas, à saída da livraria Brotéria, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa nada quis adiantar sobre o assunto, neste momento, mas defendeu que "tudo se deve fazer" para preservar a fraternidade entre países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Interrogado se já falou com o Presidente da Guiné-Bissau sobre a expulsão das delegações de órgãos de comunicação social portugueses e suspensão das respetivas emissões, desde 15 de agosto, por decisão do governo guineense, o chefe de Estado respondeu: "Várias vezes, várias vezes já falei, depois disso".
"Eu agora não tenho nada a dizer. O Governo português tomou uma posição, em determinado momento, depois houve o encontro dos senhores ministros de Negócios Estrangeiros e houve um comunicado relativamente às relações entre os dois países", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente português referiu que, na próxima semana, à margem da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, "haverá oportunidade, porque é uma tradição, de haver o encontro dos representantes dos Estados de língua oficial portuguesa, quer a nível bilateral, quer a nível multilateral".
"Como sabem, a minha posição sobre a CPLP, com relação às relações bilaterais, é de que, de parte a parte, tudo se deve fazer, qualquer que seja o Presidente, o primeiro-ministro, o Governo, a situação num país ou noutro, e já houve 'N', para salvaguardar aquilo que é uma fraternidade, é uma amizade fraternal. É assim, e deve continuar assim", acrescentou.
A 18 de agosto, o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, teve um encontro com o seu homólogo da Guiné-Bissau, Carlos Pinto Pereira, na sequência da expulsão das delegações da Lusa, da RTP e da RDP.
"Este encontro, organizado no sentido de envidarmos todos os esforços para se retomar a plena normalidade das relações bilaterais, decorreu de forma claramente construtiva, deixando a expectativa positiva de que a presente situação possa ser ultrapassada", lê-se numa breve do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal divulgada após o encontro.
Nessa nota é feita referência ao comunicado de 15 de agosto em que o Ministério dos Negócios Estrangeiros repudiou a expulsão da comunicação social portuguesa, decisão que classificou como "altamente censurável e injustificável", adiantando que ia pedir explicações ao Governo guineense.