FONTE: CFNEWS
O Diretor do escritório da África Subsaariana da Organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Sadibou Marong, descreveu que "a segurança dos jornalistas foi posta à prova" nos últimos anos na Guiné-Bissau, com frequentes "incursões de indivíduos armados" nos locais de mídia, que às vezes, segundo o responsável, chegam "a saqueá-los".
A Repórteres Sem Fronteiras reagiu esta terça-feira, 4 de agosto, à agressão por pessoas desconhecidas ao jornalista Waldir Araujo, Delegado da Rádio e Televisão Portuguesa (RTP) na Guiné-Bissau.
A Organização considerou que "foi uma cena de horror", visto que "muitos comentários nas redes sociais e reações das organizações descrevem assim a agressão, na noite de 27 de julho, do jornalista Waldir Araujo, correspondente da RTP na Guiné-Bissau há cinco anos".
"Numa rotunda da capital, Bissau, o jornalista foi espancado por um grupo de três ou quatro indivíduos que o acusaram, a ele e à RTP, de manchar a imagem da Guiné-Bissau no exterior, de acordo com o seu testemunho. Ele foi ferido no rosto e alguns de seus pertences pessoais, incluindo o telefone, foram roubados", lê-se na publicação da organização que apela por "uma investigação urgente".
A Repórteres Sem Fronteiras lembra que "o incidente ocorreu em um contexto pré-eleitoral, uma eleição presidencial está prevista para novembro, mas ainda não foi confirmada pelo presidente [e candidato a um segundo mandato] Umaro Sissoco Embaló", descrevendo que "este [Presidente] mantém relações tensas com a mídia e chegou a chamar os jornalistas de 'bocas de aluguer'".
"Além da repressão aos jornalistas, a situação económica dos meios de comunicação também é difícil no país. Com receitas publicitárias e vendas de jornais muito baixas, as autoridades continuam a impor o pagamento de taxas exorbitantes aos meios de comunicação, especialmente os audiovisuais. Isso contribuiu para desenvolver a auto-censura e comprometer a qualidade editorial da informação", descreveu Sadibou Marong.