Acredito que a imprensa livre, os meus estimados advogados e a Liga Guineense dos Direitos Humanos transmitiram de forma clara os últimos desenvolvimentos concernentes à minha denuncia publica sobre o funcionamento do sistema de saúde da Guiné-Bissau, com particular destaque sobre os Serviços de Hemodialise junto do Hospital Nacional Simão Mendes.
Finalmente, ontem, 23 de Abril, fui ouvido em audiência no Ministério Publico, prestei as mesmas declarações que eu havia feito publicamente acerca do assunto. A audiência decorreu sem sobressaltos, pois ficando o Ministério Publico de dar sequência às investigações para apurar os factos denunciados.
Enquanto cidadão guineense, defensor indefetível dos direitos humanos e Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, a organização que represento com orgulho e abnegação, sempre acredito na justiça como guardião infalível dos direitos e liberdades fundamentais, espero que esse caso venha a contribuir para a afirmação do império da lei na Guiné-Bissau.
Apesar do alvoroço e do clima de intimidação protagonizados pelas forças de segurança que culminaram com a invasão da minha residência no dia 12 de abril, devo confessar que a minha convicção em lutar pela causa dos direitos humanos continua inabalável.
Alias, doravante, sinto-me ainda mais motivado para defender e contribuir para a consolidação do Estado de Direito na Guiné-Bissau.
A prova inequívoca da relevância do nosso imprescindível trabalho é que depois das minhas declarações, uma equipa de técnicos de saúde foi enviada a Marrocos para a formação em tratamento de hemodialise.
Aproveito para agradecer a todos vocês, em especial, à Liga Guineense dos Direitos Humanos, aos meus incansáveis advogados, à minha família, aos meus amigos e colaboradores, às organizações congéneres nacionais e internacionais, à imprensa nacional e internacional, aos nossos compatriotas na diáspora, aos partidos políticos, às diferentes confissões religiosas, ao povo guineense em geral, pelos vossos inestimáveis apoios, colaboração e solidariedade manifestados ao longo destes dias sombrios da história da nossa democracia.
Juntos vamos vencer!
Bubacar Turé, Presidente da Liga Guineense dos Direitos do Homem