FONTE: CFM
O Presidente Umaro Sissoco Embaló confirmou na noite desta segunda-feira (03.03) que foi dele que partiu a ordem de expulsão da missão de "alto nível" da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que se encontrava em Bissau, no âmbito da resolução da crise política no país.
"Fui eu que expulsei aquela missão da CEDEAO. Quando a CEDEAO, as Nações Unidas ou a União Africana vêm [ao país], normalmente apresentam um roteiro e quem valida esse roteiro é o Presidente da República. E este país tem regras, não é república das bananas", começou por dizer aos jornalistas, no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, de regresso ao périplo no exterior.
Embaló afirmou que a missão não tem poderes de decisão sobre ele e garante que será o atual Governo de iniciativa presidencial a organizar eleições legislativas e presidenciais, no dia 30 de novembro deste ano, recusando desta forma uma eventual proposta para a formação de um executivo de "unidade nacional".
Sobre o assunto do momento, disse que "nunca mais" a missão da CEDEAO voltará ao país.
Umaro Sissoco Embaló volta a garantir que não vai acontecer com ele o que passou com o seu antecessor José Mário Vaz, aludindo ao facto de, em 2019, a CEDEAO ter tomado "medidas drásticas" contra o então Chefe de Estado, num momento político quase semelhante ao que o país vive agora.
Por considerarem que Sissoco Embaló está fora do seu mandato constitucional, as coligações Aliança Patriótica Inclusiva (API - Cabas Garandi) e Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka) chamaram-no, este domingo, de Ex-Presidente, num comunicado conjunto, no qual criticaram a expulsão da missão da CEDEAO de Bisaau.
Umaro Sissoco Embaló deixou um aviso às duas forças políticas.
"Vi agora um comunicado [de API e PAI] que me enviaram. As pessoas pisaram a linha vermelha, ao me chamarem de Ex-Presidente da República. Está bem, vou comportar como o seu Ex-presidente da República", avisou.
Umaro Sissoco Embaló considera que a API - Cabas Garandi não devia entrar na dinâmica de o confrontar porque "são pessoas que me pertencem e conhecem-me bem", disse.