FONTE: Rádio Sol Mansi
A autoridade tradicional do Setor de Farim denunciou a circulação de camiões carregados de madeira nas zonas de fronteira com a República do Senegal.
A denúncia foi registrada esta semana, durante uma entrevista à Rádio Sol Mansi, sobre a situação atual da população daquela zona norte do país. Abulai Sissé, régulo do Setor de Farim, expressou preocupação com o abate de árvores nas florestas locais e questionou o destino dos camiões que transportam madeira ao longo da fronteira com o Senegal.
“É muito preocupante essa situação”, afirmou Sissé, revelando que o caso é do conhecimento da Delegacia Regional de Florestas. O régulo denunciou ainda que as florestas das aldeias de Canjambari, Djumbembé, Udjequi e Guidaje estão praticamente devastadas.
Na mesma entrevista, Abulai Sissé questionou também a gestão da subvenção de fosfato, defendendo que os benefícios deveriam ser revertidos para a população local.
“Fui duas vezes ao Comité de Estado e reunimos com o Governo Regional sobre a situação de eletricidade para a quadra festiva. Confrontamos o governador sobre a subvenção de fosfato e, até este momento, não recebemos uma resposta favorável por parte dos responsáveis”, afirmou Sissé.
Resposta do Governador de Oio
Em reação, o governador da região de Oio, Braima Camará, refutou as declarações do régulo, classificando-as como políticas.
“É só para dizer que este responsável nos confrontou com a situação do fosfato, mas, como sabem, na altura não tínhamos qualquer informação sobre essa questão”, afirmou Camará, acusando Sissé de fazer declarações com motivações políticas.
Proibição do Transporte de Madeira
Vale lembrar que, em dezembro último, o Ministério do Interior e da Ordem Pública anunciou a proibição da circulação de viaturas carregadas de madeira nas fronteiras terrestres do país.
A decisão consta no despacho n.º 49/2024, consultado pela Rádio Sol Mansi, que considera haver um aumento abusivo e descontrolado na exportação de madeira por via terrestre, sem conhecimento ou autorização prévia das entidades administrativas competentes.