FONTE: RFI/LUSA
Em deslocação neste domingo em Cabo Verde para manifestar a sua solidariedade junto das autoridades daquele país recentemente fustigado por uma tempestade que causou pelo menos nove mortos em São Vicente, o Presidente guineense, escusou-se a qualquer comentário sobre os motivos da expulsão da RTP, RDP e Lusa do seu país, referindo apenas que "o problema é entre a Guiné-Bissau e Portugal."
"É um problema da Guiné-Bissau com Portugal, não é com Cabo Verde. Não vou responder a isso", disse Umaro Sissoco Embaló ao ser questionado pelos jornalistas, no palácio do Governo, na cidade da Praia, sobre a decisão anunciada na sexta-feira de que os órgãos de comunicação portugueses tinham que suspender as suas actividades no próprio dia e que os seus responsáveis locais tinham que deixar a Guiné-Bissau até à próxima terça-feira.
"Não vou falar nada sobre Portugal em Cabo Verde", vincou o Presidente guineense que ao ser abordado pela imprensa local sobre a liberdade de expressão rejeitou eventuais críticas."Podem ir à Guiné-Bissau e ver se está interditada a liberdade de expressão. Façam-me essa pergunta na Guiné-Bissau", declarou.
Desde sexta-feira, a decisão do seu executivo tem gerado muitas reacções nomeadamente a nível interno, com a Liga Guineense dos Direitos Humanos a qualificar esta decisão de "ataque contra a liberdade de imprensa e contra o Estado de Direito".
Em Portugal, para além da respectivas direcções dos órgãos visados, o próprio governo, através do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, expressou o seu repúdio por esta decisão e manifestou a intenção de pedir explicações ao embaixador guineense em Lisboa sobre este caso.
Refira-se ainda que até ao momento, não foram avançados elementos concretos sobre os motivos da expulsão dos órgãos de comunicação portugueses.