FONTE: RFI
Yoyo João Correia, porta-voz da Frente Social, que congrega os sindicatos de ambos os sectores, denuncia a utilização de militares pelo governo para substituir pessoal grevista no principal hospital do país.
"Nós iniciámos a greve ontem. Está prevista terminar no dia 13, caso não exista motivo de suspensão ou levantamento. Por outro lado, nós podemos confirmar que, desde ontem, houve efectivação daquilo que era a pretensão do governo de substituir os profissionais em greve e através dos profissionais militares, que neste momento estão em diferentes serviços do Hospital Simão Mendes, incluindo serviços ligados à urgência hospitalar, que tem a ver com a própria urgência de medicina e cirurgia e também a urgência de maternidade e pediatria e nós já denunciámos isso porque isso não se enquadra naquilo que é o mecanismo legal do governo, ou seja, de qualquer empregador e quanto mais o Estado, na vez do empregador. Deve ser ele a cumprir com as regras, até porque deve ser ele o exemplo a nível do país", disse, em entrevista à RFI.
O porta voz da Frente Social não descarta a hipótese de se voltar a convocar novo período de greve. "Esta situação de substiuição dos profissionais é grave. Está a criar uma situação de desconforto e de revolta, ao nível da classe dos profissionais de saúde, mas também, de certo modo, esta situação de desespero, de menosprezo por parte do governo, acaba por endurecer aquilo que é a luta e inclusive, não temos outra alternativa, porque, como sabem, nos últimos tempos, a autoridade actual tem proibido/restringido aquilo que é outras formas de manifestação, outras formas de luta, que é, por exemplo, manifestações ou vígilas, então ficámos quase condicionados a recorrer à greve", rematou.
