quarta-feira, 23 de abril de 2025

PALOP lamentam morte do Papa Francisco

FONTE: DEUTSCHE WELLE


De Moçambique a Cabo Verde, religiosos e figuras da sociedade civil lamentam a morte do Papa Francisco. A DW reuniu algumas dessas reações.


A morte do Papa Francisco, aos 88 anos, esta segunda-feira (21.04) gerou reações de líderes políticos, religiosos e membros da sociedade civil dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), que destacaram seu legado e visitas marcantes à região, muitas delas em contextos desafiadores.


O Papa esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março. Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.


Moçambique


O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, lembrou a visita do Papa a Moçambique, em setembro de 2019, como um momento marcante de esperança, ocorrido em meio à recuperação pós-ciclones e às tensões em Cabo Delgado.


Francisco, durante a homilia numa missa campal acompanhada por milhares fiéis nos arredores de Maputo, referiu que "Moçambique possui um território cheio de recursos naturais e culturais, mas apesar destas riquezas, uma quantidade enorme de população vive abaixo do nível de pobreza".


"Por vezes, parece que aqueles que se aproximam com suposto desejo de ajudar, têm outros interesses. É triste quando isto se verifica entre irmãos da mesma terra, que se deixam corromper", falou o pontífice na altura.


Nesta segunda-feira, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder no país, manifestou-se solidária perante a morte do Papa Francisco, lembrando um legado de "humildade, amor ao próximo e dedicação à causa da humanidade". 


"Figura ímpar da Igreja Católica e farol moral para a humanidade, deixa um legado indelével marcado pelo seu incansável compromisso na promoção da paz, da justiça social, do diálogo inter-religioso e da dignidade humana", lê-se numa mensagem de condolências do partido no poder em Moçambique.


Também a Conferência Episcopal de Moçambique afirmou hoje que, com a morte do Papa Francisco, o mundo perdeu um "pastor incansável e voz dos pobres e marginalizados", e que ele "será lembrado pelos moçambicanos pelo seu carinho e solidariedade".


"Homem de fé firme, pastor incansável e voz profética dos pobres e marginalizados, o Papa Francisco foi um verdadeiro irmão da igreja em Moçambique. A sua proximidade, carinho e solidariedade com o nosso povo foram manifestados não apenas nas palavras, mas também nos gestos concretos, como a inesquecível visita apostólica que realizou ao nosso país em setembro de 2019", disse o bispo auxiliar de Maputo e secretário-geral da conferência episcopal, Osório Afonso.


Angola


Políticos angolanos de várias afiliações partidárias renderam hoje homenagem ao Papa Francisco, destacando a solidariedade e o diálogo, o combate às injustiças e o amor pelos pobres. 


A morte do Papa Francisco foi divulgada pelo Vaticano pouco antes do início da reunião plenária que hoje teve lugar na Assembleia Nacional e que se iniciou com a observação de um minuto de silêncio em sua memória. 


O Presidente angolano, João Lourenço, afirmou que os cristãos católicos viam nele uma das grandes esperanças na construção de um mundo mais justo e equilibrado. Francisco "foi um líder comprometido com a paz, com a justiça social e com os desfavorecidos", lê-se na mensagem enviada ao cardeal Kevin Joseph Farrel, camarlengo do Vaticano.


Em novembro de 2019, João Lourenço foi recebido pelo Papa Francisco no Vaticano, tendo estado em destaque temas como as migrações, o comércio livre e a liberdade de expressão, segundo a presidência angolana.


O líder da Igreja Católica em Angola disse que o Papa Francisco foi um homem "dedicado ao bem, à concórdia e à paz" e que abriu às portas para a fraternidade, a paz mundial e valores da ecologia. 


José Manuel Imbamba, que lamentou a morte de Francisco e convidou os cristãos a unirem-se em oração em prol do Papa, considerou que o líder da Igreja católica foi um "pastor fiel à Jesus Cristo, que procurou encarnar o princípio da pobreza, abraçou os valores do evangelho como o seu ser missionário e é uma figura que encantou o mundo no seu todo". 


"Ele [Papa Francisco] abriu as portas do diálogo, abriu as portas para a fraternidade, abriu as portas para a paz mundial, abriu as portas para a preocupação do mundo da ecologia, por isso essas memorias serão marcantes, porquanto foi alguém que procurou proporcionar um ambiente de diálogo saudável para todos", afirmou o arcebispo, em entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA). 


O território angolano e a Santa Sé mantêm relações diplomáticas desde a chegada a Roma, em 1608 (século XVII), de António Manuel Nvunda, como primeiro embaixador do então Reino do Congo, tendo as relações diplomáticas entre os dois Estados sido formalizadas a 08 de julho de 1997.


A 13 de setembro de 2019, os dois Estados assinaram um Acordo-Quadro que contempla o reconhecimento por Angola da personalidade jurídica da Igreja Católica e a titularidade dos seus imóveis no país.


Guiné-Bissau


Na Guiné-Bissau, o Presidente Umaro Sissoco Embaló afirmou que o país está de luto pela morte do Papa Francisco, que considerou ser um "homem digno", lembrando que teve oportunidade de se sentar com ele à mesma mesa.


Em declarações aos jornalistas à saída da reunião da Comissão Política do Movimento para a Alternância Democrática (Madem G15), partido de que é presidente de honra, Embaló lembrou o Papa Francisco como "homem ímpar".


"Hoje, de manhã cedo, lembrei-me de um homem digno que tive a oportunidade de me sentar com ele. Papa é um homem ímpar. Para mim, não era só um chefe da Igreja Católica, mas um homem de paz", destacou o Presidente guineense.


O administrador da diocese de Bafatá, que coordena as ações da Igreja Católica no leste e sul da Guiné-Bissau disse hoje que o Papa Francisco cuidava do país mesmo sem nunca o ter visitado e era "um homem da paz". 


Também o líder dos muçulmanos de Mansoa, localidade do norte da Guiné-Bissau, conhecida pela boa convivência religiosa, Cheik Mamado Djaló, endereçou hoje "profundas condolências e solidariedade" aos católicos do mundo pela morte do Papa Francisco.


Outras reações na Guiné-Bissau também vieram da sociedade civil, onde três guineenses que privaram com o Papa Francisco lembraram hoje, em declarações à agência de notícias Lusa, a sua figura e o seu legado como "homem de paz" que se preocupava com os desfavorecidos no mundo.


Dionísio Cumba, médico formado em Itália e ex-ministro da Saúde, Indira Pinto Monteiro, jornalista, e Maisa Fernandes Marques Vieira, mulher do antigo embaixador guineense no Vaticano, falaram sobre as memórias que guardam da figura do Papa falecido.


Cumba sempre esteve ligado à Igreja Católica na Guiné-Bissau, onde foi, entre outras funções, membro do centro artístico juvenil, estudou medicina na cidade italiana de Pádua e mais tarde foi ministro da Saúde do país africano.


São Tomé e Príncipe


Em São Tomé e Príncipe, o bispo João Nazaré destacou o Papa Francisco, que morreu hoje aos 88 anos, como um "firme defensor dos pobres e marginalizados", salientando, numa mensagem dirigida aos católicos são-tomenses, que Francisco "conduziu a Igreja com sabedoria, ternura e coragem, edificando pontes de dialogo num mundo marcado por divisões e sofrimentos". 


O chefe da Igreja Católica são-tomense destacou o "testemunho luminoso de vida evangélica" deixado pelo Papa Francisco e exortou as comunidades paroquiais, os movimentos eclesiais, religiosos e religiosas, "e todos os homens e mulheres de boa vontade" a participarem nas celebrações que serão organizadas. 


Cabo Verde


O Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, lamentou a morte de Francisco em mensagem no Facebook, destacando o seu "enorme legado para a Igreja e a humanidade" e um pontificado marcado pela abertura e atenção aos mais pobres e aos desafios globais.


O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, classificou a perda como "grande para a humanidade e para a Igreja Católica", expressando consternação e condolências.


O bispo da Diocese do Mindelo, Ildo Fortes, também manifestou pesar pela morte do Papa, considerando-o como "um pastor que foi pai, amigo e irmão próximo do seu rebanho, da humanidade, e em especial dos pobres, imigrantes, oprimidos e injustiçados". 


O Corpo de Escutismo Católico Cabo-verdiano (CECCV) manifestou também pesar pela morte do Papa, afirmando que a organização "está de luto". Cabo Verde vai decretar dois dias de luto nacional, terça e quarta-feira, pela morte do Papa Francisco.

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