quinta-feira, 10 de abril de 2025

LGDH: "Morreram todos os doentes submetidos à hemodiálise no Hospital Simão Mendes"

FONTE: CFM

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Bubacar Turé, denunciou esta quinta-feira (10.04) que teriam morrido todas as pessoas submetidas ao tratamento de hemodiálise, no Hospital Nacional Simão Mendes (HNSM).


Sem precisar o número de pessoas "mortas", o presidente da LGDH apelou aos jornalistas a investigarem este caso que considera "grave" e deixou ainda várias questões sobre o assunto.

"Nós temos informações de que as pessoas que foram submetidas ao tratamento de hemodiálise, praticamente, morreram todas. Por que morreram? Será que há um nexo de causalidade entre a falta de preparação dos técnicos de serviços de hemodiálise e as mortes"? questionou o ativista.

Babacar Turé falava na abertura do seminário de restituição do Fórum de Dakar, sobre violência nas mulheres e meninas, organizado pela Coordenação Nacional da Rede dos Medias Africanos para a Promoção da Saúde e Meio Ambiente.

Turé lembrou que a sua organização tinha chamado a atenção do Governo guineense sobre a complexidade do tratamento de hemodiálise e também questionado o Executivo sobre a capacidade dos técnicos de saúde para esse procedimento.

Presente também no ato estava o ministro da Saúde Pública, Pedro Tipote, que não desmentiu a denúncia feita pelo presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, mas convidou os cidadãos que tenham conhecimento de práticas de crimes no Sistema Nacional de Saúde, a denunciarem o caso no Ministério Público.

“Gostaria de lançar um desafio a todos que tenham informações e provas sobre crime que se possa cometer no Sistema de Saúde, que as entreguem ao Ministério Público para que as verificações sejam feitas, para responsabilizar as pessoas", começou por dizer, antes de fazer alusão à denúncia do presidente da LGDH.

"Gostaria que as informações que eu ouvi aqui fossem entregues ao Ministério Público, para que seja averiguada a sua veracidade e responsabilizadas as pessoas envolvidas nos crimes de matar", concluiu sobre o tema.

O primeiro Centro de Hemodiálise na Guiné-Bissau foi inaugurado no Hospital Nacional Simão Mendes, no passado 25 de fevereiro,  e contou com o financiamento do Reino de Marrocos e da Fundação Hamal.

Segundo as garantias dadas pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló, no dia da sua inauguração, aquele serviço teria um "enorme impacto" na vida dos doentes renais crónicos que eram obrigados a deslocar-se ao estrangeiro para realizar tratamentos.

Hemodiálise é o procedimento através do qual uma máquina filtra e limpa o sangue, um trabalho que o rim doente não pode fazer.