FONTE: The Economist Intelligence Unit - AGENCE ECOFIN
Em 2024, o índice da EIU considera que África terá apenas uma “Democracia Plena” e seis “Democracias Imperfeitas”, enquanto 27 países do continente são governados por regimes “Autoritários”.
A República das Maurícias continua a ser o país africano mais democrático, de acordo com o Índice Mundial da Democracia publicado na quinta-feira, 27 de fevereiro, pela The Economist Intelligence Unit (EIU). Este “Índice de Democracia 2024”, que não classifica as Seychelles, o Sudão do Sul, a Somália e São Tomé e Príncipe, baseia a sua avaliação em vários critérios agrupados em cinco categorias principais.
São elas o processo eleitoral e o pluralismo político, a participação política, a cultura política, as liberdades civis e o funcionamento do governo.
Os 167 países e territórios estudados são avaliados numa escala que vai de 0 (ditadura absoluta) a 10 pontos (democracia perfeita) e classificados em quatro tipos de governação: “Democracia plena”, “Democracia imperfeita”, “Regime híbrido” (a meio caminho entre o autoritário e o democrático) e “Regime autoritário”.
Com uma pontuação de 8,23 pontos, as Maurícias são a 20ª democracia do mundo, seguidas pelo Botswana (35º), Cabo Verde (37º), África do Sul (43º), Namíbia (58º), Gana (65º), Lesoto (70º), Senegal (74º), Malawi (76º) e Zâmbia (77º), que fecha o Top 10 africano.
As Maurícias são a única democracia plena, sendo os seis países seguintes considerados democracias imperfeitas. 16 países são governados por regimes híbridos e 27 estão na categoria autoritária. Numa escala global, a Noruega está em primeiro lugar com uma pontuação de 9,81 pontos, o que a aproxima da democracia perfeita. Segue-se a Nova Zelândia (9,61 pontos), a Suécia (9,39 pontos), a Islândia (9,38 pontos) e a Suíça (9,32 pontos).
Globalmente, a África Subsariana registou uma ligeira regressão neste domínio em 2024, com uma pontuação média inferior em 0,04 pontos, passando para 4 pontos. Não se registaram golpes de Estado na região durante o ano, mas o poder militar foi consolidado em vários países onde as juntas tomaram as rédeas nos últimos anos, como o Mali, o Níger e o Burkina Faso.
O número de países no mundo classificados como democracias (plenas ou imperfeitas) diminuiu três vezes em relação a 2023, para 71 países, enquanto 60 são agora classificados como autoritários, mais um do que em 2023 (e mais 8 do que em 2014). Consequentemente, uma pequena percentagem de apenas 6,6% da população mundial vive em democracia, enquanto mais de um terço (39,2%) vive sob um regime autoritário.
A pontuação média global para todos os países e territórios inquiridos a nível mundial foi de 5,17 pontos numa escala de 10, em comparação com 5,23 pontos em 2023. Note-se que este é o seu nível mais baixo desde a primeira edição do Índice de Democracia da EIU, publicada em 2006.