FONTE: AFRICA CONFIDENTIAL
"Com o seu aliado próximo, General Biaguê (Na Ntan), o Presidente praticamente destruiu a democracia do país em cinco anos.
As tensões estão a aumentar entre o Presidente Umaro Sissoco Embaló e os grupos da oposição relativamente à data em que deverá deixar o cargo.
Embaló insiste que é 4 de setembro – esse é o dia de 2020 em que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) do país o confirmou como presidente, após meses de disputas.
Mas os activistas e políticos da oposição insistem que deveria ser no dia 27 de Fevereiro, quando Embaló realizou a sua própria tomada de posse no dia 26 de Fevereiro de 2020, num hotel de Bissau.
Agora o teste consiste em saber se as ameaças de repressão estatal brutal irão dissuadir a oposição de organizar protestos este mês.
Se não vive na Guiné Bissau ou perto, pode não estar ciente do que está a acontecer com a democracia e o sistema judicial do país.
E o presidente Umaro Sissoco Embaló gosta assim. Quanto menos pessoas e governos tiverem conhecimento da destruição sistemática da constituição do país, menor será a ameaça de qualquer ação contra ele.
Com os seus companheiros generais, ele usou os militares para ameaçar e espancar políticos da oposição e ativistas dos direitos humanos. Tudo isto viola as regras políticas que o bloco regional da CEDEAO deverá aplicar.
Mas a credibilidade da CEDEAO ficou seriamente enfraquecida depois que não conseguiu reverter um trio de golpes no Sahel.
Será que agora vai enfrentar o Embaló em Bissau? Pode ter um alvo claro no dia 27 de fevereiro quando a oposição diz que o mandato presidencial de Embaló expira.
Eles podem organizar protestos este mês apesar das ameaças dos militares. Estará a CEDEAO preparada para enfrentar o que está a emergir como a mais recente ditadura da região?
Patrick Smith
Editor"