FONTE: CNEWS
O Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) e líder da coligação Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI-TERRA RANKA), Domingos Simões Pereira, convida o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, a encetar um "diálogo inclusivo" com os atores políticos e sociais do país e lembra que faltam 41 dias para o término do mandato do Chefe de Estado.
As declarações de Domingos Simões Pereira foram feitas este sábado (18.01) num vídeo divulgado na rede social Facebook, no qual o dirigente político fez uma "radiografia" da situação sociopolítica e económica da Guiné-Bissau.
“Um mandato que iniciou a 27 de fevereiro de 2020, termina, logicamente, a 27 desse mês e do ano em curso [2025]”, começou por dizer.
De acordo com Domingos Simões Pereira, logo no início de mandato presidencial havia muitas tentativas de "distrair" pessoas.
"Talvez estejam surpreendidos, porque, de repente, viram o mandato terminar, pelo que pensam ainda distrair [pessoas] para dilatar [o tempo]", disse, considerando ainda "grave" o momento que se vive é no país.
Simões Pereira lembrou que tinha avisado sobre os cenários que acontecem na atualidade guineense, em referência ao fim do mandato de Embaló.
"Chamamos a atenção muito antes. De acordo com as nossas leis [nossa Constituição] ninguém tem condições de fixar datas para novas eleições, incluindo o Presidente [da República]. Não tem competência legal de fixar eleições, porque para marcar o escrutínio, precisa de 90 dias [antes da data das eleições], enquanto resta-lhe apenas 41 [dias]”, frisou Domingos Simões Pereira que fez a comunicação a partir do estrangeiro.
O Presidente do parlamento e líder da PAI-TERRA RANKA convida o Chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, a aproveitar os 41 dias que lhe restam na Presidência para corrigir os problemas, segundo disse, "que o próprio criou".
“Alertamos que o nosso país corre o risco de aproximar-se de um determinado momento em que pode ser considerado 'não Estado', porque as instituições caducaram-se e estão sem legitimidade para funcionar", afirmou antes de lançar um desafio a Sissoco Embaló.
"O Presidente da República tem 41 dias para repor as instituições da soberania", disse em alusão à paralisia do parlamento, do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e da vigência de um Governo de iniciativa presidencial.
Sobre a aguardada chegada de uma missão de "alto nível" da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) à Guiné-Bissau, para ajudar a encontrar solução para a crise política guineense, Simões Pereira deixa um desejo.
“Assim que a Comunidade Internacional chegar, seja a CEDEAO ou a CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), seja outras organizações interessadas [no processo guineense], que encontrem um quadro facilitado para poder facilmente ajudar a consolidar os resultados", referiu.