FONTE: CFM
BUBACAR TURÉ, PRESIDENTE DA LIGA GUINEENSE DOS DIREITOS HUMANOS
O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Bubacar Turé, teve este sábado (21.12) um olhar arrasador sobre a situação política e social da Guiné-Bissau, tecendo duras CRÍTICAS AO REGIME do Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, acusando-o de ser responsável pelo atual estado da nação.
"Do ponto de vista político, 2024 serviu para a consolidação da agenda de destruição da democracia e o Estado de Direito. Os órgãos de soberania deixaram de existir, os tribunas, o Governo, a Assembleia Nacional Popular (ANP), todos deixaram de existir. E 2024 é o ano de concentração de poderes numa só figura, o Presidente da República [Umaro Sissoco Embaló], de quem que foi sempre a agenda prioritária desde que tomou a posse", afirma o ativista, que não poupa nas críticas a atuação do atual regime guineense.
Bubacar Turé fala de uma agenda de conspiração contra os partidos políticos e a democracia guineense.
"2024 é cararerizado pela destruição e desmantelamento dos partidos políticos. Os partidos políticos são alicerces e núcleos duros da democracia e não pode haver a democracia sem eles. Mas em 2024 houve uma agenda conspirativa para destruir os partidos e isso aconteceu. Praticamente todos eles foram destruídos. Tudo isto é para alimentar a consolidação de autoritarismo e da monarquia absoluta", disse Bubacar Turé.
O presidente da LGDH lembra que se pode falar do respeito pelos direitos humanos só em contexto democrático, não em situação de destruição e desvirtuamento de regras.
Bubacar Ture teve ainda tempo para falar de direito à saúde e recorreu à situação no Hospital Nacional Simão Mendes (HNSM) para desqualificar o Sistema Nacional de Saúde da Guiné-Bissau.
"O Hospital Nacional Simão Mendes, que é o nosso hospital de referência, continua em caos e sem nada. Neste exato momento, o Hospital Nacional Simão Mendes não tem uma única máquina de ecografia. Mas como é possível o hospital de maior referência de um país não ter uma máquina simples de ecografia que custa 1500 euros [cerca de um milhão de Franco CFA]?", questionou em tom de revolta.
Para que o ano 2025 seja diferente, Bubacar Turé diz que é preciso que o país se retorne à ordem constitucional, que passa pela "devolução da palavra ao povo guineense".