sábado, 30 de novembro de 2024
Sissoco Embaló: A Guiné-Bissau "é diferente" de Moçambique
FONTE: LUSA - DEUTSCHE WELLE
Face aos protestos em Moçambique, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, avisa que a realidade do país "é diferente" e reforça que não tolerará desordens.
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, fez a advertência quando falava para os estudantes e docentes da Universidade Amílcar Cabral (UAC), única instituição pública desse nível na Guiné-Bissau, mas que funciona com muitas dificuldades.
A reitoria da UAC batizou hoje o seu anfiteatro com o nome de "general Umaro Sissoco Embaló".
O Presidente guineense exortou os estudantes a serem vigilantes com os políticos "que querem criar confusão" no país e alertou-os que não devem deixar que o seu futuro seja estragado.
"Estão a tentar copiar o que acontece em Moçambique, um país que passou vários anos de guerra civil [...], mas digo a essa gente que a realidade é diferente aqui", declarou.
IMAGENS CHOCANTES - POLÍCIA MOÇAMBICANA ATROPELA E DEIXA MULHER EM ESTADO GRAVE 👇
O Presidente guineense afirmou que "alguns políticos insistem em tentar fazer passeatas", quando na realidade "querem fazer confusão".
A coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka), liderada por Domingos Simões Pereira, presidente do Parlamento dissolvido por Embaló, ensaiou organizar uma passeata em Bissau, no passado dia 21, mas a polícia dispersou a manifestação e deteve vários opositores políticos.
"Devíamos estar a dizer aos irmãos moçambicanos que não devem entrar por esse caminho nunca mais", defendeu Embaló, sublinhando que a Guiné-Bissau "já está a mudar" através da sua Presidência.
sexta-feira, 29 de novembro de 2024
O Que há na CEDEAO?
Quoi de neuf à la CEDEAO ?
Le 19 novembre 2024, l'administration du Parlement de la CEDEAO nous fait parvenir une note: "Sur instructions de l'Honorable Présidente du Parlement de la CEDEAO, j'ai le regret de vous informer du report de la deuxième Session ordinaire de l'année 2024, qui devrait s'ouvrir le 18 novembre 2024, conformément au Programme d'activités adopté pour l'année 2024. Ce report est du à des difficultés de trésorerie qui affectent l'ensemble des Institutions et Agences de la communauté".C'est la même présidente du Parlement de la CEDEAO qui refuse de rendre compte de la gestion financière du Parlement de la CEDEAO depuis près de huit mois.
Ce sont les mêmes Institutions et agences de la CEDEAO qui posent des milliers d'actes de mal gouvernance.
Ce sont les mêmes chefs d'État de la CEDEAO qui bradent leurs ressources halieutiques, minières, signent - en véritables apatrides - des contrats défavorables à leur peuple et volent leurs mandants.
La lutte continue.
Une autre Afrique de l'Ouest est nécessaire.
Une autre Afrique de l'Ouest est possible.
Souveraine, juste, démocratique, unie, prospère.
Nous vaincrons.
GMS
Protestos marcam crise política na Guiné-Bissau
FONTE: GLOBAL VOICES
Impasse político pauta discussão sobre atraso nas eleições legislativas e presidenciais no país
24 de novembro de 2024 era a data prevista para as eleições legislativas em Guiné-Bissau. O pleito, no entanto, foi adiado para 2025 – sem data exata para acontecer. Os partidos de oposição ao governo da Guiné-Bissau estavam organizando um protesto para este dia, entretanto, decidiram desmarcar em razão da forte repressão exercida pelas forças de segurança nas manifestações anteriores.
No dia 21 de novembro, a coligação eleitoral Plataforma Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka) e a Aliança Patriótica Inclusiva (API) lideraram um protesto exigindo respeito à Constituição e definição das datas das eleições legislativas e presidenciais. Os manifestantes também cobraram o funcionamento pleno das instituições nacionais, como a Assembleia Nacional Popular (ANP), o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e a Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Em pronunciamento realizado no sábado, 23, Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), declarou que o adiamento foi “um ato de bom senso”.
A Liga dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau denunciou o uso desproporcional de força durante a manifestação do dia 21 de novembro, que incluiu espancamentos, uso de gás lacrimogêneo e detenções arbitrárias de opositores. Em entrevista, a entidade responsabilizou o presidente Umaro Sissoco Embaló “pela vida e integridade física” dos detidos e classificou o regime como “uma perigosa ameaça à democracia” no país.
Atraso na eleição presidencial
Desde o início de 2024, a população da Guiné-Bissau tem ido às ruas para defender que o calendário eleitoral seja cumprido. Entretanto, Sissoco Embaló vinha anunciando que os cadernos eleitorais estavam sendo preparados apenas para a eleição legislativa, que tampouco aconteceram.
Em entrevista, a CNE declarou que, conforme a Constituição, é necessário um intervalo mínimo de 90 dias entre a decisão sobre a data e a realização da eleição presidencial. A demora na definição tem intensificado as tensões políticas, já que a eleição possivelmente ocorrerá após o término do mandato de Sissoco Embaló, previsto para 27 de fevereiro de 2025.
Sissoco Embaló argumenta que seu mandato termina apenas em setembro de 2025, considerando a data da decisão judicial sobre o impasse eleitoral anterior. Para ele, as eleições presidenciais devem ocorrer em novembro de 2025.
Atraso nas eleições legislativas
Em 19 de novembro, Sissoco Embaló se reuniu com representantes da CNE e líderes partidários para tratar da remarcação das eleições legislativas. Após o encontro, Simões Pereira afirmou que a simples definição de datas não resolverá a crise política e defendeu o restabelecimento da ANP e a formação de um governo de transição.
Segundo Simões Pereira, “continuar a falar de legislativas é adiar os problemas do país”, sendo necessário restabelecer a ANP com plenos poderes.
Desde o dia 4 de dezembro de 2023, o Parlamento está praticamente fechado. Praticamemente pois ele foi reaberto em setembro de 2024, mas os deputados não foram autorizados a entrar. Após uma reunião do Conselho de Estado, o presidente Sissoco Embaló determinou a dissolução do Parlamento, justificando a medida pela grave crise institucional que se intensificou após confrontos entre forças de segurança. A decisão gerou fortes reações políticas, com Simões Pereira classificando a medida como “golpe de Estado constitucional”.
Denúncias de repressão política
Antes do adiamento das eleições legislativas, o PAIGC relatou repressões sistemáticas, como dispersões violentas de comícios e restrições às viagens de seus líderes. Enquanto isso, partidos alinhados ao governo, como o Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG) e o Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15), realizam eventos sem restrições.
Ussumane Camará, do PAIGC, denunciou a desigualdade, afirmando que a ação das forças de segurança favorece aliados do governo, em detrimento do princípio de igualdade democrática. “Não nos opomos aos comícios dos adversários, mas é injusto impedir que outros partidos exerçam suas atividades políticas”, declarou.
Evento militar e celebrações nacionais
No sábado, 16 de novembro, a capital Bissau recebeu líderes nacionais e internacionais para celebrar os 60 anos das Forças Armadas da Guiné-Bissau. O evento também marcou os 51 anos de independência do país (comemorado em 15 de setembro) e o centenário do herói nacional Amílcar Cabral (celebrado em 12 de setembro).
Entre os presentes estavam representantes de países africanos e da China. A programação incluiu desfiles militares e apresentações culturais. Em discurso, Sissoco Embaló destacou a importância de “ordem, disciplina e progresso” para o desenvolvimento do país.
Guiné-Bissau: diversidade cultural em meio à instabilidade política
Com uma população de aproximadamente 1,9 milhão de habitantes, a Guiné-Bissau, localizada entre o Senegal e a Guiné (Konakry), destaca-se por sua rica diversidade étnica, linguística e religiosa. Apesar de seu pequeno território, que inclui o arquipélago de Bijagós com 88 ilhas, o país enfrenta uma história marcada por fragilidade política desde sua independência de Portugal em 1974. Reconhecida como uma das nações mais instáveis do mundo, a Guiné-Bissau registrou quatro golpes de Estado bem-sucedidos e outros 17 tentados, planejados ou alegados. O ex-presidente José Mário Vaz foi o primeiro a completar um mandato desde a independência.
Cerca de 65% da população vive abaixo da linha da pobreza com altas taxas de mortalidade infantil e materna, além de desnutrição crónica que atinge mais de 28% das crianças. O país é o quinto mais vulnerável aos efeitos das mudanças climáticas, enfrentando inundações costeiras que prejudicam a produção agrícola. Agravando o cenário, a guerra na Ucrânia provoca alta nos preços de alimentos importados, como arroz e farinha de trigo. Paralelamente, a queda no preço da castanha de caju, principal fonte de renda para muitos habitantes, está reduzindo ainda mais o poder de compra da população, acentuando a insegurança alimentar e económica.
quinta-feira, 28 de novembro de 2024
OBITUÁRIO - Morreu o combatente da liberdade da Pátria, Júlio 'Julinho' de Carvalho
FONTE: A NAÇÃO
Morreu esta madrugada, na cidade da Praia, o combatente da liberdade da pátria Júlio de Carvalho, vítima de doença prolongada. Natural de São Vicente, tinha 81 anos. Foi comandante destacado do PAIGC na guerrilha na Guiné-Bissau, ministro da Administração Interna e da Defesa, na década de 1980, tendo depois da democratização passado para a vida civil.
Júlio César de Carvalho, também conhecido por Julinho, aderiu ao PAIGC e à luta pela independência da Guiné e Cabo Verde, em Portugal, na primeira metade dos anos 1960, numa altura em que era estudante universitário. Com Manecas dos Santos e Joaquim Pedro Silva (Baró) fogem juntos para Paris, para se juntarem ao PAIGC.
Em França, na região de Moselle, Carvalho participa com Mário Fonseca, Baró e Olívio Pires, na mobilização daquele que viria ser o primeiro contingente de guerrilheiros cabo-verdianos do PAIGC. A ideia era depois de capacitados em Cuba desembarcar o grupo em Cabo Verde para aqui abrir uma nova frente militar, projecto que acabou por não sair do papel.
Em vez de Cabo Verde, esses quadros formados em Cuba e na então União Soviética acabaram, na verdade, por desembarcar na Guiné, reforçando, sobretudo na artilharia, as forças militares do PAIGC, numa altura em que este movimento de libertação começava a reivindicar a libertação de uma parte desse território, as chamadas zonas libertadas.
Na Guiné, juntamente com Manecas Santos, Honório Chantre e Joaquim Pedro Silva, Júlio de Carvalho foi dos comandantes cabo-verdianos que mais tempo permaneceu no interior da Guiné, trabalhando com Nino Vieira, Umaru Djaló e outros históricos da luta armada nessa antiga colónia portuguesa, particularmente na chamada Frente Sul. A sua forma de lidar com as pessoas granjeou-lhe a estima da grande massa dos combatentes guineenses, que se referiam a ele como “Comandante Julinho”.
Depois da independência Guiné, cuja independência foi proclamada a 24 de Setembro de 1973 e reconhecida por Portugal um ano depois, já com o PAIGC em Bissau, Júlio de Carvalho foi designado comissário geral das Forças Armadas.
Com o golpe de Estado de 14 de Novembro de 1980, que derruba o presidente Luís Cabral, passando o poder para as mãos de João Bernardo Nino Vieira, pondo fim ao projecto da unidade entre a Guiné e Cabo Verde, Júlio de Carvalho e a família regressam para o país natal. Aqui é nomeado, primeiro, ministro do Interior, e mais tarde ministro da Defesa e Segurança, cargo em que permanece até Janeiro de 1991.
Depois que deixa o governo naquele ano, fixa-se na ilha do Sal, onde passa a exercer actividade empresarial.
Até ao momento do fecho deste artigo não se sabia ainda a data, a hora e o local do funeral de Júlio César de Carvalho.
LGDH - COMUNICADO DE IMPRENSA
A LGDH condena a tortura criminosa de Sr. Lassana Corobum
1. De acordo com as informações credíveis e irrefutáveis que a LGDH teve acesso, o Sr. Lassana Issuf Corobum foi evacuado de emergência ontem dia 27 de novembro, ao Hospital Nacional de Simão Mendes, onde acabou por ser hospitalizado nos serviços de urgência deste estabelecimento hospital, com a proteção de três elementos das forças de segurança;
2. Segundo as mesma fontes, a vítima apresenta ferimentos graves, inflamações e hematomas no corpo, em consequência de sessões criminosas de torturas a que foi submetida pelas forças de segurança ao serviço da ditadura;
3. A LGDH condena vigorosamente este comportamento criminoso do Ministério do Interior, e responsabiliza os Senhores Botche Candé e José Carlos Macedo Monteiro, pela vida e integridade física de Lassana Issuf Corobum;
4. A Liga exige mais uma vez, a libertação imediata e incondicional de Sr. Lassana Issuf Corobum;
5. A LGDH exige as demissões imediatas e consequente detenções e responsabilização penal dos Senhores Botche Candé e José Carlos Macedo Monteiro, pelas práticas reiteradas de crimes abomináveis contra os cidadãos, incluindo a transformação do Ministério do Interior no Centro de torturas e tratamentos cruéis e desumanos;
6. Aliás, no cumprimento da estratégia tirânica do regime ditatorial no poder, o Ministério do Interior Institucionalizou um Esquadrão de torturas dos cidadãos, os quais não têm poupado meios e energias para espancar os inocentes;
7. A LGDH alerta aos agentes das forças de segurança responsáveis por estes comportamentos ilegais, de que serão devidamente identificados e criminalmente responsabilizados pelos seus atos;
8. A tortura constitui uma afronta aos direitos humanos, fere de morte a dignidade da pessoa humana, viola a Constituição da República da Guiné-Bissau e todas as Convenções Internacionais assinados e ratificados pela Guiné-Bissau e constitui um crime previsto e punível nos termos da legislação penal em vigor no país.
Pela Paz, Justiça e Direitos Humanos
Feito em Bissau, aos 28 dias do mês de novembro de 2024
A Direção Nacional
quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Ur-GENTE - NOITE DE POESIA
🔹 Venha passar uma noite diferente no Ur-GENTE!
Traga os seus poemas, os seus poetas, venha ler ou escutar. Beber um copo ou ouvir uma canção!
A noite é livre e dos poetas!
🔹️Onde estamos? Perto da Amura, em frente à mítica Discoteca Tropicana.
🔹️ A partir de que horas?
21h... para começar a aquecer a voz!
🔹️Venha usufruir também do nosso café-teatro.
Aberto de quarta a sábado, pela noite dentro, entre as 10h e as 12h.
- Para mais informações: (+245) 956 269 064 ou urgente.bissau@gmail.com
Projeto Ur-GENTE - Centro de Artes Cénicas Transdisciplinar de Bissau apoiado pelo PROCULTURA, financiado pela União Europeia, gerido e cofinanciado pelo Camões, I.P. Implementado pela VIDA.
LGDH EXIGE LIBERTAÇÃO DE CIDADÃO
A Liga Guineense dos Direitos Humanos exige do Ministério do Interior a libertação imediata do cidadão Lassana Corobo (Latcho), detido desde o dia 23 de novembro nas celas da segunda esquadra.
A Liga considera que Lassana foi sequestrado por agentes do Ministério do Interior no dia 23 de novembro, em Bafatá, a mando de Botche Candé e José Carlos Macedo Monteiro.
Após quatro dias de detenção abusiva e ilegal, ele não foi apresentado ao Ministério Público, nem ao juiz de Instrução Criminal.
Os senhores Botche Candé e José Carlos Macedo Monteiro transformaram o Ministério do Interior num reduto de barbaridades, acertos de contas e ataques odiosos contra cidadãos inocentes.
Esses dois senhores devem ser imediatamente demitidos e responsabilizados judicialmente pelas práticas reiteradas de diversos crimes.
Bissau, 27 de Novembro de 2024
CPJ e parceiros instam a Guiné-Bissau a melhorar a liberdade de imprensa em antecipação da revisão da ONU
FONTE: CPJ
O Comité para a Proteção dos Jornalistas juntou-se a duas outras organizações de defesa da liberdade de imprensa para apelar às autoridades da Guiné-Bissau para que aceitem e implementem as recomendações para melhorar o seu historial de liberdade de imprensa na Revisão Periódica Universal (RPU) de janeiro de 2025.
A RPU é um mecanismo de revisão por pares do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, através do qual os registos de direitos humanos dos Estados membros do Conselho são revistos a cada 4,5 anos e são feitas recomendações para melhoria.
Desde janeiro de 2020, as autoridades da Guiné-Bissau têm minado a liberdade de imprensa através de ataques físicos e verbais, detenção arbitrária de jornalistas e assédio legal, de acordo com a apresentação de outubro de 2024 pelo CPJ, o sindicato dos jornalistas locais (Sinjotecs) e a Media Foundation for West Africa (Fundação dos Media para a África Ocidental – MFWA).
As três organizações recomendam que a Guiné-Bissau melhore o seu historial de liberdade de imprensa investigando e garantindo a responsabilização por ataques passados à imprensa, pondo fim às detenções arbitrárias e ao encerramento de meios de comunicação social, revogando leis que criminalizam o jornalismo e permitindo que a imprensa estabeleça mecanismos de autorregulação.
O relatório do RPU está disponível em inglês aqui.
Como resolver a crise se protestos são proibidos?
FONTE: DEUTSCHE WELLE
Opositores políticos guineenses denunciam opressão das autoridades cada vez que tentam realizar manifestações pacíficas nas ruas. Cidadãos debatem como encarar o regime do Presidente Umaro Sissoco Embaló.
Protestar nas ruas é um problema na Guiné-Bissau há muitos anos. As autoridades usam com frequência meios violentos para proibir ou interromper manifestações das organizações da sociedade civil e dos partidos políticos.
Desde 2020, diversas figuras públicas e cidadãos comuns foram detidos ou espancados por se manifestarem ou tentarem realizar manifestações. Perante essa realidade, há quem questione se os protestos de rua são a solução para a crise política guineense.
"Eu acho que a marcha nunca será solução para este problema. Acho que o diálogo entre os atores políticos é a melhor solução", defendeu uma cidadã ouvida pela DW nas ruas de Bissau.
Outro cidadão discorda: diz que a manifestação é o "único caminho" para o país sair da situação em que se encontra. "Mas é preciso respeitar as regras, porque você não pode realizar a manifestação para vandalizar o que nos pertence a todos", alerta.
Um funcionário público realçou que "a manifestação continua a ser um mecanismo importantíssimo para resolver os problemas do povo. Mas o povo precisa de ter a coragem e a determinação para sair à rua em massa".
"A CONSTITUÇÃO ESTÁ SUSPENSA"
Em janeiro deste ano, o Ministério do Interior proibiu aglomerações de pessoas em qualquer tipo de evento com contornos de manifestação política. A medida foi criticada pelas organizações de defesa dos direitos humanos, mas ainda não foi revogada.
Isabel Almeida, coordenadora da organização das mulheres guineenses MIGUILAN, refere que a manifestação pode ser uma solução para a crise política guineense, mas lembra que a realidade política no país é muito difícil.
"A Constituição [da Guiné-Bissau] está suspensa e feita tábua rasa. Começa aí a dificuldade [de perceber] em que regime político nós estamos a viver", salienta.
Na semana passada, Wasna Papai Danfa, de 65 anos, antigo ministro da Energia e membro da coligação Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI) - Terra Ranka denunciou ter sido "brutalmente espancado" por forças da ordem, juntamente com vários membros da sua formação política, após serem detidos na sequência do impedimento de uma atividade política.
Para Victorino Indeque, coordenador da Rede dos Defensores dos Direitos Humanos (RDDH-GB), é preciso adotar outra estratégia para enfrentar o regime. "Devemos também pensar em canais diplomáticos, para fazer pressão", sugere.
"Há um regime instalado que já teve vários governos com o mesmo modus operandi, que é não permitir que as pessoas exteriorizem os seus sentimentos e inquietações através de manifestações", comenta Indeque.
terça-feira, 26 de novembro de 2024
domingo, 24 de novembro de 2024
OPINIÃO: DECIDAM-SE, POLÍTICOS: É DEMOCRACIA OU É DITADURA?!
Tortura sádica de Deputados da Nação, dirigentes políticos e associativos e de estudantes, aniquilação facciosa das liberdades de pensamento, de reunião, de manifestação, de imprensa, entre outras, às mãos das autoridades da Guiné-Bissau, é aquilo que os 4 vídeos informativos colocados neste “post” (e outros factos ocorridos anteriormente) demonstram ao mundo. Impressionante, baixo, revoltante e alimentador do ciclo incessante de ódio e vingança colado a este país!
1. O regime autoqualifica-se como democracia representativa liberal. Bem, este é um regime político-constitucional assente na eleição (periódica, livre e justa) pelo povo dos seus representantes, na subordinação de Todos à Constituição e às leis, na separação e interacção (residual) de poderes entre os órgãos de soberania (no caso, Chefe de Estado, o Parlamento, o Governo e os Tribunais).
2. Quando a periodicidade das eleições depende apenas de um chefe; quando a Constituição é violada sistemática e impunemente; quando o poder judicial e judiciário são reduzidos a meros serventuários obedientes do chefe; quando o Parlamento é inconstitucionalmente aniquilado e seus membros perseguidos; quando o Governo é substituído por uma servil correia de transmissão do chefe; quando os direitos, liberdades e garantias constitucionais são proibidos, mas alguns são, segregativamente, outorgados aos apoiantes; quando a tortura (proibida pela Constituição, pela Declaração Universal dos Direitos do Homem e pela Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos) é o método usual na perseguição de quem pense diferente e se oponha ao "status quo"... nada de "democracia representativa liberal" existe; aqui é que se situa a Guiné-Bissau deste 24 de Novembro de 2024.
3. A Ciência do Direito Constitucional e a Politologia dão ao fenómeno vários nomes: ditadura; autocracia; democracia a-liberal ou iliberal, eufemisticamente; totalitarismo...
4. No país, hoje, a centralidade única do poder do Estado está numa pessoa - a que exerce as funções de Presidente da República - e nas Forças Armadas e Forças Militarizadas.
5. Os políticos que decidam: acham que o regime "de facto" é a tal "democracia representativa liberal"?
Se acham que sim, estamos conversados;
Se a resposta for não, acham, mesmo, que existe adequação nos métodos de acção que têm tentado empregar?
Mais: na Política, a oportunidade e o “momentum”, devem ser potenciados e aproveitados, rápida e exaustivamente.
6. Coragem para os que sofrem, Luz e Chama para os que pugnam por uma Guiné democrática, de Justiça, protectora dos direitos fundamentais, respeitadora da Constituição e das leis, desenvolvida, livre do narcotráfico (o Mal Estratégico) e outras aberrações.
sábado, 23 de novembro de 2024
sexta-feira, 22 de novembro de 2024
Três dias de sequestro
1. Volvidos três dias de sequestro em condições degradantes e em absoluto desrespeito pela dignidade da pessoa humana, o Ministério do Interior liderado pelos Senhores Botche Candé e José Carlos Macedo Monteiro, recusam libertar os estudantes abusivamente detidos;
2. Estes estudantes não foram apresentados ao Ministério Público muito menos ao Juiz de Instrução Criminal, em violação flagrante da lei;
3. Igualmente, dezenas de outros estudantes continuam em fuga devido as perseguições e intimidações dos agentes do Ministério do Interior ao serviço de autoritarismo;
4. As sistemáticas detenções arbitrárias, torturas e espancamentos de cidadãos, fazem do Ministério do Interior um santuário de crimes abomináveis;
5. A LGDH exige mais uma vez a libertação imediata e incondicional de todos os estudantes detidos arbitrariamente;
6. A LGDH responsabiliza os senhores Botche Candé e José Carlos Macedo Monteiro, pela vida e integridade física de todos os estudados privados de liberdade;
7. A LGDH exige a cessão imediata de todos os atos de perseguições e intimidações contra os estudantes que apenas exigem a satisfação do direito à educação.
Pela Paz, Justiça e Direitos Humanos
Bissau, 22 de novembro de 2024
quinta-feira, 21 de novembro de 2024
PASSEATA DAS COLIGAÇÕES - IMAGENS TRISTES
PASSEATA - Quem são os detidos?
Dan Iala Vice-Presidente do PAIGC, Wasna Papai Danfa do Bureau Política do PAIGC, Antonio Patrocinio Secretario Nacional do PAIGC, Abubu Sambu do Secretariado Nacional do PAIGC, Francisco Muniro Conté Porta-voz do PAIGC, Vicente Fernandes, Joana Cobdé Nhanca, José Carlos Cá e alguns dirigentes a confirmar estarão detidos no Ministério do Interior a mando de ordens superiores...
BASTONÁRIO DA ORDEM DOS JORNALISTAS CONDENA ESPANCAMENTO DE JORNALISTAS E APELA À PROTEÇÃO DURANTE ELEIÇÕES
FONTE: RSM
LGDH RESPONSABILIZA O PRESIDENTE DA REPÚBLICA UMARO SISSOCO EMBALÓ PELA VIDA E INTEGRIDADE FISICA DOS DIRIGENTES POLITICOS DETIDOS ILEGALMENTE
1. Para além destas detenções, a LGDH soube que mais de uma dezena de dirigentes políticos estão com paradeiro desconhecido e que as forças de segurança estarão a efetuar caça às bruxas contra os opositores políticos que participaram no encontro de contacto com as bases políticas promovido conjuntamente pela Plataforma Aliança Inclusiva PAI TERRA RANKA e a Aliança Patriótica Inclusiva “Cabas Garandi”.
2. Estas detenções manifestamente ilegais, abusivas e criminosas, foram ordenadas pelo Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, no âmbito dos seus esforços de destruir a democracia guineense e consolidar o seu regime ditatorial na Guiné-Bissau.
3. As sistemáticas intervenções abusivas e desproporcionais das forças de segurança nas ações pacíficas de exercício das liberdades fundamentais asseguradas pela constituição da república e pelos instrumentos internacionais assinados e ratificados pela Guiné-Bissau, demonstram que o regime liderado por Umaro Sissoco Embaló constitui uma ameaça perigosa para a democracia, Estado de direito e à paz no país;
4. A LGDH condena firmemente estas detenções ilegais, abusivas e arbitrárias e exige a libertação imediata e incondicional de todos os detidos;
5. A LGDH responsabiliza o Presidente da República Umaro Sissoco Embaló pela vida e integridade física de todos os cidadãos detidos;
6. A LGDH exige fim de perseguição política aos adversários para que o processo eleitoral possa ser retomado num quadro de liberdade e de segurança.
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
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