quarta-feira, 16 de outubro de 2024

OPINIÃO: NOVO GOLPE NA FORJA DENTRO DO PAIGC

A sanha da divisão ou melhor, na doentia vontade de destruir os partidos cujas direcções nunca aceitaram submeter-se aos inconfessos desejos do actual Presidente da República se perpetuar no poder, vem agora, tal como sucedeu com o PRS e o MADEM-G15, por ordem dos acontecimentos, um grupo de dirigentes do PAIGC que entenderam dever permanecer no Governo de Iniciativa Presidencial, tentarem tapar o céu com as suas mãos manchadas de traição e com total cinismo apresentarem a questão da reconciliação e do diálogo como factores que devem prevalecer no seio do Partido.


Deitaram fogo à casa e agora querem água para o apagar, depois de verificarem que após o regresso do líder do PAIGC ao país há nitidamente uma onda de solidariedade militante, contrariamente aos planos e estratégias que montaram envenenado a opinião pública e muito principalmente no seio dos militantes e dirigentes do Partido Libertador, quer através de patéticas conferências de imprensa, declarações avulsas por parte dos que agora, iludidos com as benesses que o senhor Úmaro Sissoco Embaló lhes deu, quer com postos importantes quer mediante "cachets" generosos com dinheiro sujo de duvidosa proveniência.

Contrariamente ao que sucedeu com o MADEM-G15 e o PRS onde a estratégia de diálogo com vista da criação de consensos, optou-se pela via da destruição politica dos seus legítimos líderes, embora não surtisse o efeito desejado porque tanto Braima Camará como Fernando Dias sobreviveram devido à clara e firme decisão dos integrantes dos seus órgãos estatutários se mantiveram leal e corajosamente ao lado dos seus legítimos líderes.

Hoje esses partidos dividiram-se, de um lado permaneceram os que defendem a legitimidade dos seus líderes e a força dos seus respectivos Estatutos e do outro a escumalha atraída por cargos importantes ou comprada igualmente com dinheiro subtraído do tesouro público, ou do narco ou da lavagem de dinheiro.

Estamos convencidos que com o PAIGC não resultarão as estratégias nas suas diferentes variantes, porque os militantes desse grande partido retiraram lições importantes em relação às manobras sujas empreendidas sob a batuta do Senhor Úmaro Sissoco Embaló e estão criando um anel de defesa em torno do seu Presidente.

O grupo dos afectos do Presidente defendem a criação de amplos consensos e de uma plataforma patriótica, nos quais o PAIGC continue a pontuar com uma posição de relevo, tendo em vista a resolução dos graves problemas que assolam o país. É preciso ter pouca vergonha em falar dos graves problemas que eles e todos quantos alinharam nesse ciclo de oportunismo e traição sob a batuta do senhor Úmaro Sissoco Embaló estão conduzindo o país em direcção ao abismo.
O que atemoriza e causa insónias aos grupos de afectos à Úmaro Sissoco Embaló é o diálogo em nome da defesa dos valores constitucionais e não de acordos políticos como doentia e desesperadamente pensam, que os partidos que defendem um Estado de Direito Democrático têm mantido.

Em resumo, a ala presidencialista e o próprio Presidente da República não querem o surgimento de uma ampla frente democrática que com toda a certeza derrubará pela via dos votos o actual regime de ditadura, sistema que eles, irónica e despudoradamente consideram como vital para a sobrevivência do nosso sistema democrático.

O medo de perder as eleições levam o senhor Úmaro Sissoco Embaló a querer pôr fim, por quaisquer meios, aos actuais líderes dos partidos visados pela sua fraqueza política e ideológica, já que para ele e os seus só servem os valores da violência, da corrupção e do narco que levam a implantação de uma ditadura cada vez mais nefasta e dolorosa para a Guiné-Bissau.

Chegou a hora, para se evitarem males maiores, que as verdadeiras forças políticas guineenses se unam, esquecendo as suas diferenças, mas colocando o país e o sofrimento dos guineenses como prioridades absolutas, criando uma Frente Ampla como condição única para salvar a Guiné-Bissau.

Derrubada a ditadura, novas soluções democráticas serão encontradas para reestruturar e reformar ou mesmo refundar as bases de uma nova Guiné-Bissau.

Um Guineense que ama o seu país e respeita os Guineenses.

ALTERNÂNCIA DEMOCRÁTICA

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