FONTE: DEUTSCHE WELLE
Terminou em Bissau uma reunião de pouco mais de três horas entre o presidente do PAIGC e um grupo de dirigentes do partido que quer saber se Domingos Simões Pereira pretende ou não ser candidato ao cargo de primeiro-ministro nas eleições legislativas previstas para 24 de novembro.
O grupo é constituído na sua maioria por dirigentes do PAIGC que integram o Governo da Iniciativa presidencial à revelia da direção do partido, liderada por Simões Pereira.
À saída da reunião, Carlos Pinto Pereira, atual chefe da diplomacia do Governo de Umaro Sissoco Embaló, escusou a dar mais pormenores sobre as reais intenções do grupo:
"Não é o momento para divulgarmos em detalhe aquilo que foram os pontos hoje debatidos. O que é verdade é que ficou acordado que seremos convidados a participar da próxima reunião da comissão permanente, e provavelmente nesta altura já estaremos em condições de transmitir um pouco mais claramente a posição que estamos a defender," disse.
Entretanto, Domingos Simões Pereira revelou que a preocupação do grupo vai "no sentido de esclarecer a modalidade de designação do futuro primeiro-ministro em caso de vitória do PAIGC nas eleições legislativas".
Em resposta à questão sobre a sua possível candidatura a primeiro-ministro, o líder do maior partido político guineense citou os estatutos do PAIGC para clarificar a sua posição:
"Nós esclarecemos que os estatutos preveem os dispositivos, não é uma escolha unilateral por parte do presidente. O nosso estatuto plasma que o presidente do partido é cabeça de lista para eleições legislativas e, em caso de vitória, é o candidato (presidencial). E na última revisão foi aberta a possibilidade de o presidente do partido propor ao comité central a escolha dum outro elemento," relatou Simões Pereira.
REJUVENESCIMENTO DA IMAGEM
Aos jornalistas, Simões Pereira diz que o encontro de três horas serviu ainda para responder a outras questões que o grupo colocou na carta aberta divulgada ontem.
"A forma como a lista das eleições foi preparada, há quem entenda que podia-se aproveitar deste momento para rejuvenescer mais a lista, integrando outros elementos que pudessem dar essa imagem de maior rejuvenescimento," disse. "Mas o nosso secretário nacional aproveitou para apresentar, de forma muito clara, estatísticas que mostram o grau de rejuvenescimento que a nossa lista está a apresentar," rebateu.
Vários analistas guineenses citados pela imprensa nacional dizem que vêm aí mais uma crise forjada para tentar dividir o PAIGC em duas lideranças, tal como o que acontece com os dois principais partidos da oposição, o MADEM-G15 e o PRS.