FONTE: RFI/LUSA
O presidente do parlamento dissolvido da Guiné-Bissau regressou este domingo à noite a Bissau, após sete meses no estrangeiro. Domingos Simões Pereira pediu clareza sobre a apreensão de um avião com mais de 2,6 toneladas de cocaína no aeroporto de Bissau e lamentou a falta de segurança no país.
Chegou este domingo ao fim do dia, 15 de Setembro, a Bissau o presidente do parlamento dissolvido da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, de regresso após sete meses no estrangeiro.
Em declarações aos jornalistas, Simões Pereira pediu mais clareza sobre a apreensão de um avião, no aeroporto de Bissau, com mais de 2,6 toneladas de cocaína e lamentou a falta de segurança no país que, segundo ele, afecta todos os cidadãos.
"Eu penso que todos os cidadãos guineenses temem pela sua segurança. Eu cheguei e estava convencido que estava tudo normal e, de repente, dou conta de que há bloqueios no acesso das pessoas ao aeroporto, há jornalistas que foram agredidos e a quem foram subtraídos os materiais que tinham utilizado para o seu trabalho. Está em causa a liberdade das pessoas e quando a liberdade está em segurança, é indício de quem tem o poder, que nominalmente diz ter o poder, está com medo. Estando com medo quem tem um poder, as forças vivas da nação têm que se levantar para tranquilizar o ambiente, para assegurar que ninguém tem medo, as instituições funcionam com a normalidade que é necessária. Tenho condições para o fazer? Não, sozinho não tenho, mas faço parte de uma dinâmica que devo convocar todos: sociedade civil, partidos políticos, todos. Quando em plena luz do dia, há um avião que aterra no nosso aeroporto e no qual é apreendida essa quantidade de droga. Se se lembram muito bem, antes de sair de Bissau, eu disse que nos aproximávamos perigosamente à condição de não Estado. Esse é um não estado, porque se verificarem a droga que está no avião não foi escondida, provavelmente os tripulantes e as pessoas que vinham no avião estavam convencidos de ir a um sítio onde costumavam ir. Provavelmente estavam tão à vontade para o fazer que não precisaram realmente esconder a droga. Eu estou convicto de que nós não somos narcotraficantes, que o guineense não é narcotraficante e, portanto, não podemos permitir que um conjunto de pessoas para benefício próprio ponha em causa o bom nome das pessoas. Só clarificando essa situação, nós, que somos inocentes, ficamos ilibados".
Em Dezembro do ano passado o parlamento guineense foi dissolvido pelo Presidente do país e novas eleições legislativas estão marcadas para 24 de Novembro.