As atividades, que incluem o congresso da organização das mulheres e um simpósio internacional do centenário, têm o seu ponto alto quinta-feira e decorrem sob o lema "Cabral Ka Muri" (Cabral não morreu).
A vice-presidente do PAIGC, Dan Yalá, disse que apenas espera que as autoridades autorizem o partido a "colar os cartazes do centenário de Cabral" nesse dia.
Em julho, o Governo, através do Ministério da Administração Territorial e Poder Local, determinou a proibição de afixação de placas, outdoors e outros materiais que possam aludir à celebração do centenário de Amílcar Cabral em lugares públicos, sem o consentimento das autoridades.
A proibição, refere um despacho então publicado, deve-se ao facto de o Governo estar a preparar uma homenagem ao fundador da nacionalidade que deverá decorrer entre setembro e novembro, para culminar juntamente com o 60.º aniversário da criação das Forças Armadas Revolucionárias do Povo (FARP).
Proibições desapontam sociedade
Ainda no dia 12 de setembro, em Bissau, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, fará, num hotel da capital, a deposição de coroas de flores para assinalar o Dia da Nacionalidade e será aberta, no Centro Cultural Francês, uma exposição de fotografias e material sobre Amílcar Cabral.
No mesmo dia, serão inauguradas algumas ruas na capital guineense, alvo de obras de reabilitação. A nível da sociedade civil, o dia 12 de setembro será marcado pelo simpósio internacional "Amílcar Cabral um património nacional e universal", no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP).
O simpósio "Amílcar Cabral, um património nacional e universal" decorre em simultâneo em Bissau e na cidade da Praia, Cabo Verde.
A organização não-governamental No Raiz (a nossa raiz) lamentou, entretanto, a decisão das autoridades em proibir "que se celebre Cabral em público".
O líder da associação, Carlos Pereira, afirmou que a No Raiz "tinha programado realizar muitas atividades em memória de Cabral, que queria iniciar no dia 1 de setembro, sendo objetivo "fazer uma reflexão em toda a parte da Guiné-Bissau" para homenagear o nacionalista. "É de se lamentar, quando se sabe que Cabral lutou pela democracia", declarou.