FONTE: RFI
Com as críticas a Umaro Sissico Embaló a virem do seu próprio campo político face à gestão da situação na Guiné-Bissau, a Frente Popular, movimento da sociedade civil, louva que políticos como Braíma Camará reconheçam que o Presidente está "a ultrapassar" os limites e pede uma intervenção da comunidade internacional, como disse Lelito Quadé, coordenador desta plataforma, em entrevista à RFI.
Na Guiné-Bissau, a crispação política aumenta diariamente com a sociedade civil a pedir o regresso do país ao Estado de Direito, defendendo o direito às manifestações pacíficas e a que os jornalistas possam realizar o seu trabalho em liberdade e sem quaisquer restrições.
Este é também o pedido da Frente Popular, organização da sociedade civil que se mobiliza pela salvaguarda da democracia na Guiné-Bissau desde o início deste ano.
Para este movimento, as críticas do líder do MADEM-G15, Braíma Camará, recentemente chegado a Bissau, contra Umaro Sissoco Embaló mostram que este ganhou consciência da situação no país.
"Só não vê quem não quer ver como o Sissoco está a levar a Guiné-Bissau e a Frente Popular está a acompanhar essas dinâmicas políticas. O Partido MADEM-G15 é um partido que sempre apoiou o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló. Mas, uma vez que esse partido ganha a consciência, reconhece que Sissoco está a ultrapassar todos os limites e vem condenar, nós, todos nós, aplaudimos. Por isso estamos a acompanhar. É de louvar as iniciativas de condenação aos actos de Sissoco Embaló", disse Lelito Quadé, coordenador da Frente Popular.
A Frente Popular pede agora que a comunidade internacional intervenha no país de forma a prevenir uma escalada de desrespeito dos direitos dos guineenses.
"A população da Guiné-Bissau precisa da intervenção da comunidade internacional. A Guiné-Bissau faz parte desta comunidade e havendo estas questões, havendo esse problema no nível em que está e não se sabe, num futuro próximo, o que é que pode acontecer, seria bom que a comunidade internacional antecipasse os eventos antes de chegarmos ao ponto do descambar das coisas. Então é importante uma intervenção imediata, porque a tensão está muito alta na Guiné-Bissau e as coisas parecem que podem perder o controlo a qualquer momento", avisou o activista da sociedade civil.