FONTE: Rádio Sol Mansi
O Partido da Renovação Social (PRS) acusou o Presidente da República (PR), Umaro Sissoco Embaló, de estar envolvido no treinamento militar “ilegal” de 64 indivíduos de nacionalidades estrangeiras, detidas na semana passada em Gabú, leste do país.
A acusação desta que é a terceira força no parlamento constituído na décima primeira legislatura, foi feita, no início desta noite, em Bissau, numa declaração à imprensa, feita pelo indigitado porta-voz do partido, Roberto M´Besba, após uma reunião cujo objetivo é reagir à atual situação política e social do país.
Roberto M´Besba considera que o comportamento do chefe de Estado Umaro Sissoco Embaló, evidencia a sua clara interferência na formação de possíveis milícias que agora encontram-se detidas numa das celas do país.
“Não podemos falar de ninguém além do presidente da República. Porque foi ele que autoproclamou ser instituições da Guiné-Bissau, partindo da presidência da República onde foi eleito, do governo, do parlamento e de tudo onde ele interfere. É uma completa ditadura”, sustenta o porta-voz dos renovadores, avançando que “as consequências que podem ser extraídas destes treinamentos e inseguranças são da responsabilidade do PR”.
Segundo Roberto, quem garante a estabilidade no país é o presidente da República, “mas o que nos aparenta, enquanto PRS, parece que a própria estrutura usada para garantir a segurança, neste caso a segurança de Estado, não é usada para este fim”.
Segundo informações que a Rádio Sol Mansi tem acesso, dos 64 indivíduos detidos, sete foram identificados como responsáveis e foram conduzidos para a capital, Bissau, para interrogatório e investigação mais aprofundados.
A transferência dos sete responsáveis, segundo as mesmas fontes, indica que as autoridades estão seguindo as pistas fornecidas, e procurando investigar mais a fundo as ramificações das atividades destes indivíduos em Bissau, como o Centro Administrativo e Judicial do país.
Em reação à esta situação, Roberto M`besba, afirma que as instituições da Guiné-Bissau passam a ter nomes, o que nunca aconteceu, e o seu nome é Umaro, se deslocar à Polícia Judiciária (PJ) verás o PR, então a responsabilidade de garantir a investigação credível e traduzir estas pessoas à justiça e eventualmente a Procuradoria-geral é conduzida por Umaro Sissoco Embaló.
“Colocamos esta questão, porque Umaro ´presodente` fez do Estado a sua propriedade e diante de tudo o que corre, não temos outra pessoa para responsabilizar se não ele”, reafirma.
Ontem, uma fonte confidenciou à Rádio Sol Mansi que uma operação conjunta efetuada, no dia 29 de abril, pelas forças de segurança da província leste e a agente secreta de Gabú resultou na detenção de 64 indivíduos de diferentes nacionalidades que estavam a ser treinados clandestinamente durante a noite na antiga pista de aviação de Gabú, o que deixaram os moradores daquela zona apavorados.
De acordo com as nossas fontes, os detidos são de diversas nacionalidades, e entre eles, alguns foram identificados como cidadãos de países da região e além, nomeadamente Mali, Guiné-Conacri, Costa de Marfim e Mauritânia, levantando preocupações sobre possíveis atividades ilícitas na região. Entre os presos estão quatro mulheres e um adolescente da nacionalidade Conacri-Guineense.
A descoberta das atividades clandestinas e a subsequente detenção dos suspeitos foram resultados diretos de várias denúncias feitas pelos populares daquela zona.
Após a denúncia da detenção de possíveis milícias na região de Gabú, leste do país, a Rádio Sol Mansi falou com o ministro da defesa que, embora preferiu não gravar a entrevista, diz desconhecer este ato.
Igualmente, continuamos ainda a tentar contatar o ministério do Interior e da Ordem pública sobre o mesmo assunto.
