Caros leitores, a lábia mudou.
Agora, na falta de melhores argumentos e com o disco riscado de tanto andar à roda, arranjaram um nome, digamos que mais pomposo mas que esconde muito mais: "Crise de financiamento".
Mas não, nem por sombras. O que há - e foi crescendo - é uma total falta de confiança da comunidade internacional (CI) na realização de eleições na Guiné-Bissau.
E menos ainda aquela que se pretende realizar este ano em detrimento da outra...saímos de eleições legislativas a menos de 1 ano, com um resultado tão claro que a ninguém deixou qualquer dúvida. Mesmo para a dita CI, que em relação à Guiné-Bissau tem vindo a revelar-se tão daltónica que não distingue o roxo do amarelo!
Pois bem. A "falta de financiamento" que agora se apregoa, esconde uma mensagem que apenas os idiotas não saberão traduzir:
a comunidade internacional quer apenas e só que se entregue o poder a quem de facto tem o direito (dado pelo Povo nas urnas) de mandar; abram as portas do Parlamento, deixem que os eleitos do Povo façam o seu trabalho. É isto que eu entendo como "falta de financiamento".
No dia em que a CI criar juízo e deixar de usar a Guiné-Bissau como um banco de ensaios; no dia em que der prioridade à verdade, olhar com olhos de ver e ir pelo que dita a nossa Constituição da República, aí sim, ganharíamos todos. Ah, e sem palhaços não há circo. António Aly Silva
