O relatório de Desenvolvimento Humano 2023-204 figura a Guiné-Bissau na categoria dos países com baixo índice de desenvolvimento humano.
O estudo publicado hoje pelo Programa das Nações Unidas Para desenvolvimento (PNUD), em Bissau, indica que o país caiu de posição 177 para 179, a nível global.
A situação é considerada preocupante pelo governo guineense, que se fez representar no ato, pelo Ministro da Economia, Plano e Integração Regional. Soares Sambú, na ocasião, assegurou que o executivo está empenhado e vai continuar a tomar medidas para melhorar a situação.
O relatório relata também questões preocupantes sobre “o progresso desigual do desenvolvimento que está a deixar para trás os mais pobres, agravando a desigualdade e fomentando a polarização política à escala global”. Isso, segundo o documento, tem como consequência um impasse perigoso que deve ser urgentemente combatido por meio de uma ação coletiva.
Revela uma tendência preocupante: a recuperação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – um indicador sintético que reflete o rendimento nacional bruto (RNB) per capita, a educação e a esperança de vida – tem sido parcial, incompleta e desigual.
“As desigualdades globais são agravadas por uma concentração económica substancial. Como se refere no relatório, aproximadamente 40 por cento do comércio global de mercadorias concentra-se em três ou menos países e, em 2021, a capitalização bolsista de cada uma das três maiores empresas tecnológicas a nível mundial ultrapassou o produto interno bruto (PIB) de mais de 90 por cento dos países nesse ano” - destaca.
O relatório defende que o avanço da ação coletiva internacional é dificultado por um «paradoxo da democracia» emergente: apesar de nove em cada dez pessoas em todo o mundo apoiarem a democracia, mais de metade dos inquiridos em sondagens globais manifestam o seu apoio a líderes que a podem minar, contornando as regras fundamentais do processo democrático, de acordo com os dados analisados no relatório.
Metade das pessoas inquiridas em todo o mundo referem ter pouco ou nenhum controlo sobre as suas vidas e mais de dois terços consideram ter pouca influência nas decisões do seu governo.
Para mudar o cenário, o estudo apela à mudança de rumo. E, para isso, a representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento(PNUD) diz que é preciso trabalhar para que o desenvolvimento humano consista na construção de capacidade humana para todos.
Para Alessandra Cassaza, o desenvolvimento sustentável deve estender-se além do mero crescimento económico para permitir aos indivíduos a terem maior controlo das suas vidas. Acrescentou ainda que é fundamental assegurar a sustentabilidade e a equidade, uma aspiração chave na agenda-2030, para o desenvolvimento sustentável.
Consulte o relatório completo em PNUD