quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Professores convocam nova greve na Guiné-Bissau

FONTE: DEUTSCHE WELLE

À DW, líder sindical queixa-se da falta de vontade do Executivo em revolver os problemas do ensino na Guiné-Bissau. Sindicato Nacional dos Professores convocou uma greve para 26, 27 e 28 de fevereiro, além de protestos.

O Sindicato Nacional dos Professores da Guiné-Bissau (SINAPROF) convocou uma greve para os dias 26, 27 e 28 de fevereiro. Será a segunda paralisação este mês.

Em entrevista à DW, o presidente do sindicato, Domingos de Carvalho, afirma que decidiram avançar com esta segunda vaga de protesto devido à falta de vontade do Executivo em revolver os muitos problemas no setor. Aliás, o Governo "recusou-se a pagar algumas dívidas porque a situação económica não é desejável nesse momento", avança o líder sindical.

Neste sentido, afirma que, se não houver uma resposta favorável do Governo ao caderno reivindicativo do SINAPROF, irão para as ruas exigir ao governo que cumpra as suas obrigações.

DW África: Porque é que o SINAPROF convocou uma greve?

Domingos de Carvalho (DC): Há muito tempo que o sindicato exige ao patronato a resolução dos problemas pendentes no setor educativo. Se a greve se concretizar no dia 26, nesse dia e no dia 28 de fevereiro - o primeiro e o último dia da greve - vamos sair às ruas para exigir o cumprimento das obrigações do Governo. Os nossos direitos não podem ser violados constantemente. 

DW África: Quais os principais pontos no caderno reivindicativo?

DC: Ao todo, são 22 pontos. No primeiro ponto estamos a exigir a melhoria das condições de trabalho dos professores. Exigimos ainda o pagamento de dívidas salariais, a conclusão de processo de efetivação de novos professores que ingressaram e a aplicação na íntegra dos estatutos da carreira docente. Pedimos também a contratação de [mais] profissionais [depois de], no ano letivo 2022/2023, 59.472 criançasdo pré-escolar ao 12. ano terem ficado sem professores.

DW África: Já houve negociações com o Governo depois de entregarem o caderno reivindicativo?

DC: Houve sim, mas não foi uma negociação séria, porque o Governo não assumiu qualquer compromisso.Aliás, recusou-se a pagar algumas dívidas porque a situação económica não é desejável nesse momento. Mas essa justificação não é suficiente para travarmos a greve - por isso é que houve uma primeira paralisação nos dias 5, 6 e 7 de fevereiro.

DW África: O que é preciso fazer para evitar uma nova paralisação?

DC: Nós entregámos ao Governo 15 pontos prioritários, porque também é preciso dar algum tempo para ver se o Governo quer encontrar uma solução pacífica para minimizar o sofrimento das nossas crianças que frequentam as escolas públicas. Hoje em dia, não é segredo para ninguém que as escolas públicas guineenses vão de mal a pior.

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