FONTE: SINDICATO DOS JORNALISTAS DE PORTUGAL
O Sindicato dos Jornalistas repudia com veemência as acusações do Presidente da República da Guiné-Bissau aos jornalistas nacionais e estrangeiros que desenvolvem a sua atividade neste País Africano de Língua Oficial Portuguesa.
O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, dirigiu-se aos jornalistas que faziam a cobertura de um ato público em Bissau, dizendo que pensa que são “todos da oposição”.
O Presidente da República guineense referiu-se particularmente aos jornalistas da RTP dizendo que, ele próprio, irá “acabar” com a prática desta estação internacional de televisão de recorrer a analistas políticos nas suas peças, a quem o Chefe de Estado não reconhece legitimidade para a função de comentário ou opinião sobre os desenvolvimentos da vida política guineense.
O SJ entende que as declarações do Chefe de Estado da Guiné-Bissau configuram uma interferência e pressão política sobre o trabalho dos jornalistas guineenses e estrangeiros que vivem e trabalham no país.
O SJ rejeita qualquer tipo de ingerência de quaisquer atores políticos, mesmo que sejam órgãos de soberania, no trabalho dos jornalistas em qualquer parte do mundo. E manifesta total solidariedade com os jornalistas guineenses, expressando a sua disponibilidade de participar com eles na defesa do Jornalismo e da verdade.
O SJ lembra que o jornalismo exercido em liberdade é um dos garantes da cidadania e do vigor dos regimes democráticos.
O SJ lembra que foram registados nos últimos anos na Guiné-Bissau situações em que um jornalista foi espancado, desconhecidos dispararam sobre as instalações de uma rádio privada e destruíram os seus equipamentos e, noutra ocasião, a residência de um comentador da política guineense foi alvo de disparos.