FONTE: O Democrata
O instrutor do processo de investigação do ministério do Interior, Janoquer Armando Có, revelou esta segunda-feira, 8 de Janeiro de 2024, que o antigo diretor financeiro daquela instituição governamental ter-se-á apropriado de uma soma estimada em 217 milhões de francos cfa, durante os 14 meses que desempenhou a função do diretor administrativo e financeiro.
Janoquer Armando Có falava à imprensa após a visita ao armazém de stock de géneros alimentícios daquela instituição em Bissau, durante a qual disse que o total de remanescentes dos produtos alimentícios que MalamCamará desfalcou durante os 14 meses do seu exército, são 2.112 sacos de arroz de 50 kg que correspondem a 46 milhões de francos CFA, 1419 caixas de óleo alimentar de 12 litros que correspondem a 21.285 mil francos CFA, 1320 sacos de leite em pó de 25 kg, correspondentes a 25 milhões de francos CFA, 1375 sacos de açúcar de 50 kg, correspondentes a 44 milhões de francos CFA, 253 baldes de manteiga de 5 kg, correspondentes a 3.668.500 de francos CFA, totalizando assim o valor acima anunciado.
Janoquer Có informou que o administrador da empresa fornecedora dos géneros alimentícios aclarou que os produtos requisitados pelo ministério eram retirados da sua empresa por Malam Camará, de maneira que só pode ser ele a explicar onde fez a distribuição dos produtos (em falta). Adiantando que durante a investigação, o suspeito Moro foi confrontado com aquela situação, mas remeteu-se ao silêncio.
“Resultado deste inquérito foi na base de uma comissão criada no Ministério do Interior para investigar o alegado desvio do título levantado do tesouro público no valor de 149 milhões de franco CFA. O objetivo desta comissão é aclarar a veracidade dos factos sobre o valor em causa, desviado do ministério, do qual foram ouvidos todos os elementos achados pertinentes que faziam parte do gabinete do ex-DAF na pessoa do MalamCamará”, sublinhou.
O instrutor do processo de investigação assegurou que no auto de declaração registada pela comissão, Malam Camará confirmou que houve um levantamento de 149 milhões de francos CFA no passado dia 20 e 21 do mês de dezembro.
Por seu lado, o Secretário de Estado da Ordem Pública, José Carlos Macedo Monteiro, informou que são desbloqueados 83 milhões de francos CFA para requisição dos géneros alimentícios a cada mês, mas aqueles produtos são levados incompletos para os armazéns e foi por isso que decidiram realizar o inquérito para tentar saber onde os produtos foram desviados.
Questionado sobre se o ministério do interior tem competências para fazer investigação de processos de género, José Carlos Macedo Monteiro, respondeu que o assunto envolve fardados, e que o suspeito é oficial com patente. Assim, um trabalho preliminar deve ser feito pelo ministério antes de ser levado o processo para as instâncias judiciais.
“Não queremos falar ao fundo sobre essa matéria, mas chegará o momento em que vamos falar publicamente. Que tipo de tribunais têm? Não queremos continuar a falar sobre este assunto, vamos apenas fornecer os áudios para ouvirem as pessoas que trocaram mensagens. Quando é constatado algo como este, que tipo de juízes e tribunais pensa que temos no país?”, advertiu.