FONTE: Capital FM
O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) apelou esta quinta-feira, 7 de dezembro, aos atores políticos da Guiné-Bissau que “os princípios da legalidade e da separação de poderes sejam efetivamente respeitados” face aos últimos acontecimentos político-militares que culminaram com a dissolução do Parlamento pelo chefe de Estado Umaro Sissoco Embaló.
No Comunicado à imprensa, PAICV disse que está a acompanhar “com muita atenção” os acontecimentos que se desenrolam na Guiné-Bissau, nestes últimos dias, incluindo o anúncio, pelo Presidente da República, da dissolução da Assembleia Nacional Popular, instalada há menos de seis meses, na sequência dos resultados das eleições legislativas de 4 de junho passado, que deu uma confortável maioria á coligação PAI Terra Ranka.
“A Guiné-Bissau é, como se sabe, um país que tem com Cabo Verde relações históricas especiais e pertence à CEDEAO e à CPLP, Instituições que defendem e promovem o respeito, no plano interno dos seus Estados membros, os princípios basilares do funcionamento do Estado de Direito Democrático e o respeito pelos direitos fundamentais dos seus cidadãos”, lê-se no Comunicado.
O PAICV expressa ainda no mesmo comunicado “de forma explícita” a sua grande preocupação com o evoluir dos acontecimentos e exorta as partes para que “os princípios da legalidade e da separação de poderes sejam efetivamente respeitados com espírito democrático e cumprimento estrito do quadro constitucional vigente nesse país irmão".
Para o PAICV “a vontade do povo da Guiné-Bissau, auscultada há seis meses, deve prevalecer e ser estritamente respeitada por todos”.
No entanto, o partido da oposição Cabo-verdiano disse estar “com profundo desejo de ver a paz e a tranquilidade voltar à Nação guineense e o desenvolvimento e progresso das populações acontecer na terra porque lutou e deu a vida Amílcar Cabral”, tendo ainda apelado, em comunicado “o espírito do diálogo e busca de entendimentos para a reposição da normalidade constitucional, garantindo-se as condições para que o Parlamento funcione com segurança e para que o Governo empossado exerça com normalidade a sua função”.
“Juntando a sua voz a todas as manifestações da comunidade internacional e dos organismos regionais e comunitários que vão no mesmo sentido do PAICV, espera-se por fim que a integridade física e as liberdades civis e políticas das pessoas e dos diferentes atores políticos sejam escrupulosamente respeitadas”, posicionou o PAICV.