FONTE: LUSA
De acordo com as mesmas fontes contactadas pela Lusa, Suleimane Seidi deverá ser ouvido “com mais outros responsáveis” do Ministério das Finanças e de um banco comercial de Bissau.
O banco foi quem concedeu o crédito de seis mil milhões de francos CFA (cerca de 10 milhões de dólares) ao Governo para pagar a dívida a 11 empresários.
“O Ministério Público quer esclarecer toda esta operação”, disse uma fonte judicial que prometeu fornecer mais detalhes.
Para já, a fonte esclareceu que o ministro das Finanças e os responsáveis do seu ministério serão ouvidos na qualidade de suspeitos.
Na passada sexta-feira, dia 24, os diretores-gerais do Tesouro e o da Dívida Pública foram ouvidos no Ministério Público por uma comissão criada pelo Procurador-Geral da República, Bacari Biai, para averiguar as denúncias feitas por deputados no parlamento, em como aqueles pagamentos aos empresários estavam cobertas de alegadas ilegalidades.
O ministro das Finanças, Suleimane Seidi, foi ouvido no parlamento na passada segunda-feira, dia 27, onde confirmou ter solicitado um empréstimo de seis mil milhões de francos CFA a um banco comercial para pagar a dívida aos empresários.
Seidi disse ser um processo legal e que todos os governos da Guiné-Bissau o fazem.
O Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15), principal partido da oposição, considera as explicações do ministro como sendo admissão de ato criminoso, nomeadamente prevaricação e desrespeito às normas orçamentais, pelo que deve deixar o seu cargo no Governo.
O líder da bancada parlamentar do Madem-G15, Abdu Mané, acusa o ministro de ter pagado a dívida de 11 empresas cujos proprietários são próximos ou dirigentes da coligação de partidos que governam o país atualmente.
A coligação, Plataforma Aliança Inclusiva (PAI – Terra Ranka), que elegeu 54 deputados e tem a maioria absoluta, é integrada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), União para a Mudança (UM), Partido da Convergência Democrática (PCD), Partido Social Democrata (PSD) e Movimento Democrático Guineense (MDG).
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Após as eleições, juntaram-se à coligação PAI — Terra Ranka, através de acordos de incidência parlamentar e governativa, o Partido da Renovação Social (PRS), com 12 deputados, e o Partido dos Trabalhadores da Guiné (PTG), com seis parlamentares.
O Madem-G15 detém 29 assentos no parlamento e a Assembleia do Povo Unido — Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU — PDGB) com um parlamentar, constituindo-se a oposição ao Governo.