FONTE: LUSA
Os homens armados que se encontravam, desde sexta-feira passada, nas instalações do Supremo Tribunal de Justiça e na residência do presidente do órgão, que, entretanto, renunciou ao cargo, já se retiraram destes locais.
Desde sexta-feira (03.11) que as instalações do Supremo Tribunal estavam cercadas por homens armados, encapuzados e com armas do exército guineense, numa operação desconhecida pelo Governo.
Segundo disse hoje fonte judicial à Lusa, desde as primeiras horas de hoje que polícias destacados pelo Ministério do Interior ocuparam as instalações do Supremo Tribunal de Justiça, juntando-se ao corpo de segurança habitual, que já se encontrava no local.
Quando os agentes chegaram ao Supremo Tribunal de Justiça, os "homens armados" que lá se encontravam desde a passada sexta-feira já se tinham retirado, precisou a fonte judicial.
A mesma fonte indicou ter informações de que o outro grupo de homens armados, também desconhecidos pelo Governo, se retirou da residência do presidente do Supremo Tribunal de Justiça.
Pedro Sambu invocou a presença daqueles homens na sua residência e nas instalações do Supremo Tribunal como motivo para a sua renúncia ao cargo que ocupava desde dezembro de 2021 para um mandato de quatro anos.
Sambu considerou não ter condições para continuar no cargo por ter a sua segurança e integridade física ameaçadas, sem que o Governo tenha feito algo.
O Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau é palco, desde o passado dia 19 de outubro, de uma disputa entre os juízes desavindos com o presidente, agora demissionário, a ser suspenso pelos seus pares por suspeita de interferência e obstrução a uma ordem judicial e mais tarde com este a suspender o vice-presidente que acusa de usurpação de competências.
