quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Discurso de Sua Exa o Senhor Presidente da ANP, por ocasião da 147.º sessão da assembleia geral da UIP

 

Senhora Presidente da Assembleia Nacional de Angola
Senhor Presidente da Assembleia da UIP

Senhores Presidentes das Assembelais,

Membros da UIP

Senhor Secretário Geral da UIP

Senhores Representantes das Organizações Internacionais,


Excelências,


Subi a esta tribuna, com um sentimento de elevada honra e, com o propósito de adicionar a esta plataforma mundial o sentimento do meu povo, vista da Assembleia Nacional do meu país, cuja direção assumi recentemente, para um mandato de 4 anos.


Alimento essa perspectiva baseado no papel fundamental que os parlamentos desempenham ou devem desempenhar na organização política de todos os Estados do mundo. Sendo a essência dos parlamentos regular a vivência em sociedade, cabe-lhes o importante papel de descortinar as necessidades, os anseios e as expetativas, os sonhos e a sede de justiça e igualdade de tratamento dos seus cidadãos.


Falhar na legislação que regula estes aspectos essenciais de qualquer sociedade humana, significa defraudar o povo e consequentemente quebrar o contrato social que impõe aos parlamentos a defesa e o zelo destes aspetos cruciais para a existência condigna de qualquer ser humano.


Mas, elaborar leis e mesmo aprová-las sem garantir a sua devida implementação, quer seja pela inatividade do governo, quer pela demissão da Assembleia Nacional no seu papel de controlo e fiscalização da ação governativa, quer ainda por um sistema judicial inepto, tem favorecido a impunidade e incrementado comportamentos desviantes dos cidadãos nacionais, e por todos os que se aproveitam das fragilidades das nossas instituições.


Aqui, sou obrigado a dizer, com muita pena, que políticos e governantes que deveriam zelar pela felicidade do seu povo, pela saúde, educação, tranquilidade e bem estar, são vistos pela população como os causadores da convulsão e sobressalto social em que recorrentemente nos vemos

mergulhados.


Excelências, minhas Senhoras e meus Senhores,


O tema escolhido para este fórum, “Ação parlamentar para a paz, justiça e instituições eficazes”, é deveras relevante, o que prova que a nossa organização tem consciência de que inúmeros países continuam a viver em crises sistémicas pondo em causa os valores sagrados da paz, da justiça e dos direitos humanos. Estas crises são o exemplo acabado da inexistência de instituições eficazes.


Também no meu país, governos são demitidos, parlamentos dissolvidos, de uma forma recorrente, e quase sempre à margem da lei, com o fito exclusivo de cumprir agendas políticas descomprometidas com o interesse do povo. Ou seja, forjam-se crises institucionais para justificar a substituição dos democraticamente escolhidos pelo povo.


Excelências,


Essa atuação, causa instabilidade. A instabilidade fragiliza as instituições. Instituições frágeis favorecem a impunidade. Permitem o nepotismo e promovem a violação dos direitos humanos , amordaçando o povo, que se vê impelido a calar-se já que do outro lado tem forças que deveriam ser de ordem pública e de proteção do cidadão, mas que se deixam manipular, violando os seus direitos mais elementares.


Senhor Presidente


Prezados colegas Presidentes dos parlamentos membros, Ilustres representantes de Organismos Internacionais,


O cenário sombrio acima descrito, reclama uma intervenção urgente e concertada entre todos os nossos parlamentos, visando o seu fortalecimento bem como a construção de uma agenda global mas que tenha um polo que lhe permita particular atenção e apoio aos parlamentos mais frágeis.


Os valores referidos no tema desta sessão interparlamentar, são globais, universais e por isso carecem de proteção e atenção especial. Aliás, esse o centro e a razão da existência desta nossa Organização, cuja dimensão demonstra o interesse que despertou, as expetativas que criou aos seus membros, e cujos efeitos ansiamos ver e sentir nos nossos países.


Não podemos, seguir nos contentando com a contínua proclamação de vontades, mas chegar sempre tarde à constatação das crises, enquanto aguardamos por soluções ditadas por uns poucos mas que definem a sorte do resto do mundo.


A nossa organização perde relevância e com ela a credibilidade, se hoje não nos mostrarmos capazes de parar o genocídio que segue consumindo várias regiões do planeta, nomeadamente a dos grandes lagos e o Sudão em África, a Faixa de Gaza no médio Oriente e a Ucrânia na Europa. A orientação humanitária desta organização exige ação e, esta não pode ser mais uma oportunidade perdida. Há que produzir consensos para salvar as vidas das vitimas inocentes do ódio e da ganância.


Propomos no entanto não ficar por aí e por isso, a criação de um mecanismo que funcione como um centro de ALERTA precoce, que permita doravante uma intervenção mais rápida  eficaz e firme em situações que se anunciem como de provável uso indevido de poderes, passíveis de pôr em causa valores e princípios democráticos.


A modalidade seria no entanto de partilha entre pares, diálogo permanente e disseminação das melhores práticas e que evitasse a todo o custo a instrumentalização das instâncias de decisão, seja pelos mais poderosos, seja por interesses corporativos ou regionais.


Para terminar, e com a V. permissão, quero deixar expresso o nosso sentimento de amizade e profunda gratidão ao povo de Angola, um povo irmão, que todos estes anos de luta e sofrimento pela independência, pela afirmação do Estado Direito democrático, tem apoiado e se solidarizado profundamente com o da Guiné-Bissau. Particular reconhecimento ao Presidente João Lourenço pelo seu sentido de justiça, tolerância e amizade.


Enfim, a nossa presença em Luanda é apenas mais um passo desta nossa, já longa caminhada, e o renovar conjunto da nossa grande fraternidade.


Obrigado Senhora Presidente da Assembleia Nacional de Angola por este caloroso acolhimento.

Um Bem haja a todos os presentes

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