A digressão de uma semana pelas regiões de Tombali, Quinara e Bolama Bijagós, zona sul do país, a mais fustigada pela pobreza, após 50 anos de independência, lança a primeira etapa da iniciativa do chamado Parlamento Aberto.
A cidade de Catió, região de Tombali acolheu a primeira auscultação e o Presidente do Parlamento ouviu queixas sobre o país real, onde falta quase tudo, desde infra-estruturas rodoviárias, estabelecimentos de ensino e professores, centros de saúde e médicos, bem como a água potável e bens alimentícios.
Perante esta dura realidade, Domingos Simões Pereira fala da ausência do Estado, mas defende que o Programa do Governo e o Orçamento Geral do Estado, dois instrumentos políticos de governação, devem reflectir as necessidades reais da população.
"A saúde será certamente o caso mais flagrante, mas a ausência é da administração pública. O Estado está ausente das suas principais responsabilidades, mas está ausente porque está distante. O Estado não pode continuar a ficar muito distante. Tenho a expectativa de que assim que entrar a proposta de programa por parte do governo que estará acompanhado do orçamento, nós temos intenção de mandar isso por todos os sectores, para que as pessoas possam analisar", disse o Presidente da Assembleia Nacional Popular.
Com estas auscultações a nível nacional no âmbito do Parlamento Aberto, Simões Pereira refere pretender levar sessões parlamentares pelo interior do país, para garantir um diálogo directo, franco e permanente com a população.