FONTE: A SEMANA
A bancada parlamentar do MpD acaba de chumbar com 34 votos a proposta de resolução para celebrar o primeiro centenário de Amílcar Cabral, o fundador da nacionalidade cabo-verdiana, contra 32 sim do PAICV e da UCID. O líder da oposição, Rui Semedo, qualificou tratar-se de um momento triste na história do parlamento cabo-verdiano, perspetivando que o partido no poder irá ser penalizado duramente pelo povo que representa.
Na sua declaração de voto, o presidente do PAICV fundamentou que o seu partido avançou com a iniciativa, atendendo a figura de Amílcar Cabral como líder do PACG que dirigiu a luta da liberação na Guiné e em Cabo Verde e por ser uma personalidade distinta, cuja obra é reconhecida e estudada em vários países do Mundo.
Cá dentro, lamentou o voto contra do MpD para celebração da efeméride com o aval do Estado, descrevendo tratar-se de «um momento triste na história do parlamento cabo-verdiano». Vaticinou que «o MpD vai ser penalizado» por isso pelo povo, que representa.
Já o líder da bancada do MpD fundamentou que o seu partido não tem nada contra a Amílcar Cabral e que votou contra por considerar figura de resolução juridicamente errada, admitindo que se fosse uma proposta de lei que consagrasse Cabral como figura do Estado o MpD votaria favoravelmente. De entre outros argumentos, Paulo Veiga realça a tentativa do PAICV de utilizar Amílcar Cabral como líder e mentor ideológico do PAIGC/CV, quando devia ser uma figura desgarrada dos partidos.
A UCID, na voz do seu presidente, disse, por seu turno, que votou favoravelmente à proposta da resolução apresentada pela bancada do PAICV, por considerar Amílcar Cabral, que liderou a luta pela independência de Guiné e Cabo Verde, uma figura incontornável na história do nosso país. João Luís concluiu que o cumbo da proposta referida com o voto contra do MpD se deveu às tentativas de apropriação por parte do PAICV e MpD das datas de 5 de julho / 20 de janeiro e 13 de janeiro, respetivamente. Defendeu que tais datas devem da Nação e estar desgarradas destes partidos.
Tudo indica que este posicionamento do MpD vai fazer correr muita tinta no país e junto da comunidade cabo-verdiana no estrangeiro.
