FONTE: Jornal Donos da Bola
O presidente da Associação de Pais e Mestres Corânicos, Mussa Quebe manifestou a indignação da sua organização com o facto de nem o Presidente da Republica, Umaro Sissoco Embalo e nem o então governo liderado por Nuno Gomes Nabiam honraram a promessa de subvencionar as escolas corânicas do país como forma de evitar os seus alunos a pedirem esmola nas ruas para seus sustentos.
Umaro Sissoco Embalo, desde que surgiu no cenário político guineense, sempre foi contra o hábito dos mestres corânicos mandarem as crianças (talibés) pedirem esmolas.
El Mocktar Embaló, ao seu estilo, havia ordenado o então governo prender qualquer criança encontrada a pedir esmola nas ruas.
Tendo na altura orientado o governo a mobilizar fundos através dos parceiros para subvencionar as escolas corânicas.
Em conversa com o repórter do Jornal Donos da Bola, Mussa Quebe explicou que foram convocados (mestres corânicos) uma vez no Instituto da Mulher e Criança, no qual o governo engajou-se em fornecer por um período de dois anos, produtos alimentícios (arroz, sardinha e óleo alimentar), roupas e medicamentos (mebendazol, Vitamina A) as diferentes escolas corânicas do país.
Facto que segundo ele, aconteceu apenas uma u única vez e que para além do arroz doado na altura não ser da mesma qualidade prometida pelo governo, também não foi suficiente para cobrir todas as escolas como prometido.
Adiantou ainda que as roupas doadas, também não eram adequadas para o uso, razão pela qual, os alunos rejeitaram o seu uso.
Perante o assunto, o mestre corânico confessa que os seus associados estão a atravessar situação difícil para sustento das crianças.
“Aliás, muitos alunos fogem dos mestres para irem pedir esmolas nas ruas, tendo em conta a difícil situação para suprir a necessidade de alimentação e vestuário”, justificou Mussa Quebe.
Num tom de revolta, o mestre corânico, desabafa: “Um governo, não deve enganar o seu povo”, tendo sublinhado que a referida decisão do Presidente da República e do governo, não tinha base legal, por não existir nenhum decreto ou despacho que a sustenta.
O mestre corânico revelou que já foi vitima de ameaças por pessoas desconhecidas devido ao seu posicionamento sobre o assunto.
Quebe diz que a sua organização já tentou varias vezes o encontro com o Presidente da República ou governo para abordarem o assunto e juntos encontrarem uma saída aplausivel, mas sem sucesso.
Contudo, o mestre corânico diz ser apologista a medida que proibe as crianças pedirem esmola nas ruas, apelou o atual governo liderado por Geraldo Martins a subvencionar e apoiar as escolas corânicas, tendo em conta que é um campo de saber onde as crianças são ensinadas não apenas a religião, mas também outros valores para poderem ser útil a sociedade.