FONTE: LUSA
O primeiro-ministro guineense, Geraldo Martins, anunciou hoje o levantamento de barreiras não tarifárias para que se possa escoar para Bissau a castanha de caju ainda nas mãos de camponeses no interior do país.
Governo não tem uma ideia da quantidade da castanha de caju, principal produto agrícola e de exportação da Guiné-Bissau, ainda por escoar para Bissau, mas dados do ministério do Comércio apontam que das cerca de 100 mil toneladas já identificadas, 80 mil toneladas da castanha já se encontram em Bissau à espera de exportação.
Os camponeses guineenses continuam a apelar ao Governo no sentido de os ajudar a escoar "grandes quantidades" da castanha, que normalmente é exportada, ao natural, para a Índia e Vietname.
Dados do Governo guineense indicam que o país tem capacidade para exportar anualmente cerca de 200 mil toneladas da castanha do caju.
O primeiro-ministro afirmou que, a partir de agora, o Governo vai mandar levantar as barreiras não tarifárias que, disse, não ajudam a que o produto seja escoado para Bissau de onde partem navios de exportação.
O excesso de barreiras, cobranças ilícitas praticadas, muitas das vezes por agentes do Estado, em benefício próprio, obrigam a que muitos dos camponeses transportem, de forma clandestina a castanha para o Senegal ou então guardem o produto nas suas casas.
Os compradores, que geralmente partem de Bissau para o interior do país, também consideram aquelas barreiras uma forma de onerar o custo do produto o que, normalmente, os impede de adquiri-lo.
Esta situação tem sido apontada pelos camponeses como motivo para que haja fome nas comunidades, já que o caju é a principal fonte dos rendimentos.
O primeiro-ministro, que falava à imprensa no final da primeira reunião do Conselho de Ministros, hoje realizada de forma extraordinária, acredita que o levantamento das barreiras não tarifárias irá acelerar a compra de todo o caju ainda nas mãos dos produtores, nos próximos tempos.