FONTE: DIÁRIO DE PERNAMBUCO
Em um relatório divulgado pela Cruz Vermelha, 56 pessoas morreram de fome numa pequena embarcação resgatada em Cabo Verde, após um mês no mar, que tinha um total de 101 tripulantes a bordo. “Até serem encontrados, estiveram 41 dias à deriva e a partir do sétimo dia esgotaram os mantimentos, o que custou a vida a mais de 50% dos ocupantes que foram lançados ao mar devido à decomposição dos corpos”, diz o documento, citando o comandante do barco pesqueiro que socorreu e ouviu os sobreviventes.
O relatório também aponta que este é o primeiro relato conhecido de quem chegou com vida à ilha do Sal, após partirem do norte do Senegal, do porto de Saint Louis, na zona fronteiriça com a Mauritânia. A maioria é de nacionalidade senegalesa e dois da Guiné-Bissau.
Já os dados sobre o local e data de partida diferem dos que foram comunicados pelo Governo senegalês, que assinala a saída em 10 de julho de Fass Boye, uma localidade costeira a meio caminho entre Dacar e Saint Louis.
No entanto, os outros dados da Cruz Vermelha estão alinhados com a informação oficial do Senegal que tem sido noticiada: uma embarcação pesqueira de pavilhão espanhol (bandeira indicativa da nacionalidade) atracou no porto de Palmeira, na ilha do Sal, com 45 imigrantes africanos, na última terça-feira. “Dos 45 migrantes, sete chegaram mortos, que foram encaminhados para o necrotério do hospital regional Ramiro Alves Figueira para possível efeito de identificação. Do total dos sobreviventes, 38, todos são do sexo masculino, 37 de nacionalidade senegalesa e um da Guiné-Bissau, sendo quatro sobreviventes adolescentes com idade entre 12 a 16 anos”, notificou a Cruz Vermelha.