FONTE: A NAÇÃO
O Presidente da República, José Maria Neves, assegurou que está a acompanhar “com atenção”, a situação na Guiné-Bissau, afirmando que é bom que não haja interferência “indevida” neste processo político. Recorde-se que Guiné-Bissau volta a viver tempos conturbados com a dissolução do parlamento guineense pelo Presidente Umaru Sissoco Embaló, na sequência dos confrontos de quinta e sexta-feira, passados, entre as forças de segurança.
“Nós estamos a acompanhar a situação na Guiné-Bissau, que é uma situação ainda um pouco confusa, grave, mas também complexa, e atentamente vamos acompanhando a situação e aguardamos o posicionamento do Governo, que é quem define e conduz a política externa do país”, declarou.
Segundo Neves, neste momento convém que o Presidente da República não se intrometa nesta questão, tratando-se de questões políticas de um outro país.
“E é bom que não haja interferência indevida neste processo político, mas estamos a acompanhar com toda a atenção que a gravidade da situação impõe”, sublinhou.
Ulisses Correia e Silva augura volta à normalidade e estabilidade
Entretanto, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, também já reagiu a este assunto manifestando o desejo do Governo de Cabo Verde que a situação na Guiné-Bissau se estabilize e que a normalidade constitucional democrática ganhe estruturas “cada vez mais sólidas”.
A dissolução do parlamento guineense
O Presidente da República da Guiné-Bissau,Umaru Sissoco Embaló, tomou a decisão de dissolver o Parlamento, após uma reunião do Conselho de Estado.
É que Embaló considerou “um golpe de Estado” o facto de a Guarda Nacional ter retirado o ministro das Finanças, Suleimane Seidi, e o secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, das celas da Polícia Judiciária, na noite de quinta-feira passada.
Na sequência deste ato, geraram-se confrontos armados entre a Guarda Nacional e o batalhão da Presidência, que foi resolvido com a intervenção da Polícia Militar e que resultou na detenção do comandante da Guarda Nacional, Vitor Tchongo.
O presidente da Assembleia Nacional Popular, Domingos Simões Pereira, considerou a decisão do chefe de Estado “um golpe de Estado constitucional”, já que passou apenas meio ano das últimas legislativas e a lei determina que o parlamento só pode ser dissolvido passado um ano das eleições.