terça-feira, 26 de setembro de 2023

Domingos Simões Pereira:"A independência da Guiné-Bissau foi um ato de afirmação e de autodeterminação"

FONTE: O Democrata (texto e foto)



DOMINGOS SIMÕES PEREIRA DISCURSA EM MADINA DO BOÉ

O Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Domingos Simões Pereira, afirmou que a independência da Guiné-Bissau foi um ato de afirmação e de autodeterminação para a independência, mas também “é um ato de demonstrar ao mundo os feitos daqueles homens e mulheres que, na altura, determinaram que não tinham outra prioridade na vida que começava pela conquista das suas próprias liberdades”.

“Essas liberdades não devem ser condicionadas a nada. Não foram condicionadas nos anos 50, 60 e culminaram com a proclamação da nossa independência. Portanto, não é no ano 2000 que a nossa independência e a nossa autodeterminação vão ser condicionada. Isso não vai acontecer nunca”, disse o líder do parlamento no seu discurso de encerramento da sessão extraordinária para a celebração de 50 anos da independência, a 24 de setembro.

O Parlamento realizou uma sessão especial para a celebração do 50º aniversário da independência e que serviu igualmente para assinalar a primeira assembleia constituinte da ANP, que se realizou a 23 de setembro de 1973, culminando com a proclamação unilateral da independência da Guiné-Bissau a 24 de setembro de 1973, na voz do lendário General – Presidente, João Bernardo Vieira “NINO”.

A sessão especial realizada na aldeia histórica de Lucadjol contou com a presença de representantes do corpo diplomático acreditado no país e representantes das organizações internacionais, bem como serviu para conferir posse a cinco deputados substitutos da bancada parlamentar da Coligação PAI – Terra Ranka e do PTG.

A secção de Lucadjol é uma aldeia situada nas colinas do setor de Boé, região de Gabú, leste da Guiné-Bissau e que, devido às suas características geográficas, foi escolhida pelo partido (PAIGC) para acolher o evento da Assembleia Nacional Popular, em memória da proclamação da independência unilateral do país em 1973.

“Cabral, apesar da qualidade da luta de libertação, dirigiu e não perdeu nunca a visão de que há um âmbito, onde seria confirmada e consagrada a nossa independência através de uma presença internacional muito forte. Mas sobretudo uma presença internacional muito respeitada, porque foi baseada na legitimidade da representação que foi dada pelo povo guineense” afirmou o líder do Parlamento, acrescentando que Cabral foi um intelectual de uma craveira muito elevada, contudo assegurou que “Cabral nunca declarou ser um bom orador, porque entende que não são as palavras que são importantes, mas os seus conteúdos fundamentos na legitimidade recebida do povo guineense”.

Afirmou ainda que seria impossível conquistar-se este tipo de legitimidade se não fosse buscada junto do povo guineense, “por isso sempre que o povo guineense está reunido, a nossa prioridade é ir ao encontro do povo guineense”. 

“Esta data e estas realizações devem ser um ato de curvarmos perante o nosso povo. Um povo que demonstrou sempre a coragem, abnegação e sempre a sua disponibilidade, através da qual renova sempre o seu compromisso de trabalhar junto com todos os seus filhos escolhidos para lhes servir” assegurou, avançando que este é o espírito de Lucadjol e o compromisso saído de Madinade Boé.

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